Nas pistas de Montemor-o-Velho, o
canoísta Fernando Pimenta sagrou-se este sábado pela primeira vez campeão do
mundo na categoria K1 1000
metros , depois de ter conquistado a medalha de bronze em
2015 e a medalha de prata em 2017. No dia seguinte, se não fosse a
manchete do Diário de Coimbra, poucos teriam sabido desta notável proeza de
Fernando Pimenta, porque nem a imprensa generalista nem a imprensa desportiva compreendem
que isto de se conseguir ser campeão do mundo deve ser coisa que dá muito
trabalho, que implica devoção e que exige muito sacrifício, mas que também
carece de reconhecimento. Por isso, essas figuras são tão raras em Portugal e
podem contar-se pelos dedos das mãos. É o caso de Nélson Évora e Rosa Mota, de Rui
Costa e de Carlos Lopes e poucos mais. Esses é que são os nossos campeões, mas
a nossa imprensa não é sensível aos grandes feitos desportivos e prefere o
sensacionalismo e os julgamentos na praça pública.
Passaram 24 horas e Fernando Pimenta apresentou-se
para disputar a final da prova de K1 5000, a mais longa do programa, na qual iria
defender o seu título de campeão mundial conquistado no ano passado em Racice,
na República Checa. Foram 21 minutos e 43 segundos de luta e Fernando Pimenta
ganhou. Foi a sua segunda medalha de ouro e, dessa forma, Portugal aparece em
7º lugar no medalheiro do Campeonato
do Mundo de canoagem de velocidade. É realmente um acontecimento.
Hoje, o jornal A Bola dedicou a sua primeira página, ao bicampeão do mundo, o
que é raro e se saúda. Porém, as manchetes dos outros jornais desportivos são a
vinda de Ramires para o Benfica e os reforços para a defesa do Porto. Tanta
mediocridade jornalística até dá vontade de rir.
Parabéns ao Fernando Pimenta.
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