As negociações do
Brexit têm sido complicadas e, por isso, a primeira-ministra britânica Theresa
May tem procurado sempre o apoio do Partido Conservador. Assim aconteceu em
data recente, para ultrapassar algumas dúvidas surgidas em torno da opção por
um soft Brexit ou por um hard Brexit. Só que, alguns destacados
membros do partido e do governo que em 2016 participaram na campanha pelo Brexit, decidiram
acusar Theresa May de estar a aceitar um soft
Brexit, ou mesmo um Brexit só no papel.
Como consequência, David Davis o ministro
do Brexit, renunciou ao
seu cargo, acompanhado pelo seu adjunto. Poucas horas depois, também Boris
Johnson o ministro dos Negócios Estrangeiros, desde há muito tempo um crítico
de algumas posições assumidas por Theresa May no processo de saída da União
Europeia, renunciou às suas funções declarando que the Brexit dream is dying. O jornal The Times foi um dos periódicos londrinos que destacou esta declaração de Boris Johnson.
O problema é
politicamente muito sério. Os britânicos escolheram o Brexit em Junho de 2016 por uma curtíssima
margem de 51,9%, com o voto contra da Escócia, da Irlanda do Norte e da cidade
de Londres. Os vencedores terão votado mais contra os imigrantes, mostraram-se apoiantes do racismo
e da xenofobia e, provavelmente, não equacionaram as consequências da saída da União Europeia.
A saída destes
ministros do governo de Theresa May é um duro golpe para o Brexit, uma vez que muitos sectores políticos
e sociais têm agora a esperança “de ver chegar ao fim, finalmente, toda esta
loucura” que, segundo dizem, “nunca devia ter acontecido”.
Aguardemos,
portanto, o que vai acontecer.