Depois de alguns
tempos de falta de entendimento e até de ameaça de retaliações, parece que as
relações entre Portugal e Angola estão a entrar na linha de onde nunca deviam
ter saído. O chamado irritante que
tanta tinta fez correr, parece estar ultrapassado e tudo se conjuga para que o
Presidente João Lourenço visite Portugal, que o Presidente Marcelo Rebelo de
Sousa visite Angola, que as trocas comerciais se acentuem e que a cooperação bilateral
se intensifique em todos os domínios.
Portugal e Angola
não são apenas dois estados soberanos com assento na comunidade internacional,
porque existe entre eles um tão vasto conjunto de afinidades culturais e
afectivas resultantes de um convívio secular e de uma história comum,
naturalmente marcada pelas vicissitudes próprias de qualquer processo
histórico. Porém, dessa relação nasceu um património cultural comum assente na
língua portuguesa e um conhecimento recíproco que é intenso e singular. Ninguém
conhece Angola como os portugueses e os angolanos sabem que estão em casa
quando entram em Portugal.
Por vezes ainda
surgem lembranças menos felizes do passado colonial, mas essas são as excepções
a confirmar a regra de uma recíproca admiração entre portugueses e angolanos.
O Jornal
de Angola fala hoje em momento auspicioso. E tem razão. Numa altura de
alguma instabilidade política internacional, é uma boa altura para que os
dirigentes portugueses e angolanos saibam encontrar o caminho certo do diálogo
e da cooperação para benefício das duas nações.
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