A Colômbia
suportou “a guerrilha mais longa do mundo” através de um acordo assinado em
2016 entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia ou Exército do Povo), uma organização fundada em 1964. Significa que a
guerra de guerrilhas na Colômbia durou 52 anos, tendo feito cerca de 260 mil
mortos!
Aconteceu, porém, que a maioria dos colombianos não aceitou aquele
acordo, o que levou o então presidente Juan Manuel Santos a convocar os
negociadores para refazerem o processo de paz, o que veio a acontecer com
sucesso ainda em 2016, com a assinatura dos Acordos de Paz de Havana. A partir
de então decretou-se o cessar-fogo, iniciou-se o desarmamento e a integração de
guerrilheiros, começou o exaustivo trabalho de reconciliação nacional e o
estudo da solução para o problema das drogas ilícitas, porque a Colômbia é
considerada o maior produtor mundial de cocaína, abastecendo cerca de 70% do
mercado mundial, segundo as Nações Unidas. Esse parece ser o grande problema da
Colômbia, pois o controlo da “economia da droga” é disputado por vários grupos
ilegais, incluindo dissidentes das FARC que rejeitaram o acordo de 2016,
elementos do ELN (Exército de Libertação Nacional) e outros grupos armados
ilegais.
A região de
Arauca faz fronteira com o estado venezuelano de Apure e os confrontos entre grupos rivais nestas
regiões são frequentes. Desde os acordos de Havana estão registados 1.284
assassinatos de defensores de direitos humanos, ex-guerrilheiros e líderes
comunitários, bem como frequentes confrontos entre esses grupos, sobretudo entre
ex-elementos das FARC e do ELN. Foi o que aconteceu na segunda-feira e que foi
noticiado pelo Correio do Brasil, que anunciou que os
“guerrilheiros lutam entre si e 26 morrem”, informando ainda que nesses
confrontos se registaram mais de trinta feridos e que este dia foi considerado
“o mais violento dos últimos dez anos no país”. Curiosamente, a imprensa
colombiana não deu qualquer destaque a este acontecimento, provavelmente para
não alarmar a população colombiana que teme o regresso da guerra.