Desde que há
pouco mais de uma semana os presidentes da China e da Rússia se encontraram em
Moscovo, que a China e as suas relações com os Estados Unidos têm estado em
destaque na imprensa internacional. Aquele encontro veio dar uma reforçada
ambição à China, bem como aos seus desígnios relativamente ao regresso à
mãe-pátria de Taiwan, a sua província rebelde desde 1950, mas até mesmo em
relação à disputa ou ao desafio chinês da hegemonia mundial americana.
Depois do seu
encontro com Putin, o presidente Xi Jinping recebeu em Pequim o
primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, o primeiro-ministro da Malásia Datuk
Seri Anwar Ibrahim e o primeiro-ministro de Singapura Lee Hsien Loong, tendo o
jornal China Daily destacado estas três visitas com três fotografias
de Xi Jinping com os três visitantes, tendo destacado como título da notícia
que nestas visitas, “o multilateralismo esteve em destaque”. De facto, como
António Guterres tem repetidamente anunciado, o multilateralismo ou o trabalho
em cooperação sobre temas concretos, é o único caminho para combater as
alterações climáticas, a pobreza, a injustiça e as desigualdades, mas também para
o reforço da cooperação económica. Os encontros de Xi Jinping têm sido tudo
isso, mas serão sobretudo uma forma de estabelecer alianças e de incrementar
relações de toda a ordem, porque o futuro parece estar a ficar muito sombrio e a China aspira a um novo papel no mundo.
Daí que a
declaração feita no passado mês de Janeiro pelo general Michael Minihan da
Força Aérea americana, em que afirmou que “espero estar enganado, mas o meu instinto
é que vamos lutar em 2025”, tenha um preocupante significado, pois há vários
indícios de que se “contam espingardas” no Pacífico ocidental e, tal como num jogo de
xadrez, a China parece ir colocando as suas peças no enorme tabuleiro que é o
nosso planeta.