sábado, 16 de agosto de 2025

Anchorage foi uma cimeira de esperança

O encontro de Anchorage correu muito bem, ao contrário do que disseram ontem os comentadores portugueses nas televisões ao afirmarem que “foi uma mão cheia de nada” e do que hoje escreve a generalidade da imprensa internacional, que destaca ideias como “no breakthrough” (The Wall Street Journal) e “no deal” (The Dallas Morning News). Porém, outros jornais foram mais substantivos ao escreverem “Trump says historic peace talks make progress” (New York Post), ou que “Trump acaba com o aislamiento internacional de Putin” (El País), embora o título mais animador venha de Londres e afirme “Peace in their hands“ (The Times).
É verdade. Não houve acordo, mas a paz está nas mãos daqueles duas controversas personagens, como hoje escreve The Times. O formalismo do encontro de Anchorage entre Trump e Putin foi um grande acontecimento porque nos trouxe algum desanuviamento em relação à crescente tensão que nas últimas semanas se vivia entre Washington e Moscovo, inclusive com veladas ameaças nucleares, além de ter sido um passo no sentido da paz na Ucrânia.
Ninguém sabe o que se passou naquele encontro embora muito se especule, mas certamente já estão a ser negociados todos os aspectos de um acordo de paz, parecendo que tudo caminha para a solução que Henry Kissinger sugeriu em 2014, num artigo publicado no jornal The Washington Post.
Ainda é cedo para fazer a história deste conflito, expurgada da propaganda e da desinformação, mas parece cada vez nais evidente que os líderes europeus deveriam ter sido os mediadores desta “guerra entre irmãos” mas que, por vaidade, inexperiência e ignorância, escolheram outro caminho e enganaram Zelensky e os ucranianos, prometendo, enquanto fosse preciso, o que podiam e o que não podiam.
Agora, o que é preciso é fazer avançar o “diálogo de Anchorage” e chegar rapidamente à paz!