O encontro de
Anchorage correu muito bem, ao contrário do que disseram ontem os comentadores
portugueses nas televisões ao afirmarem que “foi uma mão cheia de nada” e do
que hoje escreve a generalidade da imprensa internacional, que destaca ideias
como “no breakthrough” (The Wall Street
Journal) e “no deal” (The Dallas
Morning News). Porém, outros jornais foram mais substantivos ao escreverem
“Trump says historic peace talks make progress” (New York Post), ou que “Trump acaba com o aislamiento internacional
de Putin” (El País), embora o título
mais animador venha de Londres e afirme “Peace in their hands“ (The Times).
É verdade. Não
houve acordo, mas a paz está nas mãos daqueles duas controversas personagens,
como hoje escreve The Times. O formalismo do encontro de Anchorage entre Trump e
Putin foi um grande acontecimento porque nos trouxe algum desanuviamento em
relação à crescente tensão que nas últimas semanas se vivia entre Washington e
Moscovo, inclusive com veladas ameaças nucleares, além de ter sido um passo no
sentido da paz na Ucrânia.
Ninguém sabe o
que se passou naquele encontro embora muito se especule, mas certamente já
estão a ser negociados todos os aspectos de um acordo de paz, parecendo que
tudo caminha para a solução que Henry Kissinger sugeriu em 2014, num artigo
publicado no jornal The Washington Post.
Ainda é cedo para
fazer a história deste conflito, expurgada da propaganda e da desinformação,
mas parece cada vez nais evidente que os líderes europeus deveriam ter sido os
mediadores desta “guerra entre irmãos” mas que, por vaidade, inexperiência e ignorância,
escolheram outro caminho e enganaram Zelensky e os ucranianos, prometendo,
enquanto fosse preciso, o que podiam e o que não podiam.
Agora, o que é
preciso é fazer avançar o “diálogo de Anchorage” e chegar rapidamente à paz!