A recente reunião do G20 na cidade
chinesa de Hangzhou, proporcionou um encontro entre Barack Obama e Vladimir
Putin que durou mais tempo do que o previsto. Entre os assuntos abordados
durante mais de uma hora estiveram a situação na Ucrânia e, sobretudo, a guerra
na Síria que, desde 2011, provocou mais
290 mil mortes e obrigou milhões de pessoas a fugir do país. Alguns jornais,
caso do Financial Times, destacaram este encontro publicando a
fotografia dos dois líderes face to face em Hangzhou.
Este tipo de encontros entre políticos que já se conhecem há muito tempo
poderia abrir o caminho para bons resultados, mas segundo foi divulgado pelas
agências noticiosas, o encontro mostrou que ainda não é possível obter um
cessar-fogo, pois o principal ponto de discórdia continua a ser o futuro de
Bashar al-Assad, um aliado histórico da Rússia que o vê como parte da solução
para o conflito, enquanto os Estados Unidos o consideram uma parte do problema
por se tratar de um líder autoritário, na linha do que foram Sadam Hussein e
Muammar Kadafi. Porém, esse é apenas o ponto de partida da discórdia, porque há
muitos mais. Os Estados Unidos já se meteram demasiado no conflito e a opinião
pública americana não está a gostar disso, o que tem levado Donald Trump a
acusar Obama e Clinton de serem os pais do Estado Islâmico. Devagar,
devagarinho, a Rússia e o seu aliado Irão, estão a marcar pontos nesta disputa,
em que os interesses dos aliados e dos adversários regionais de Bashar al-Assad
são importantes. A Europa mostra-se incapaz de receber refugiados e parece
assustada com a Turquia. A luta comum contra o Estado Islâmico e a Frente Nusra
que a todos devia unir, parece ser uma questão secundária. Finalmente, o dramático
sofrimento do povo sírio e da nação curda parecem não comover esta gente.
Obama e Putin encalharam. Desapontaram-nos. As negociações são difíceis, mas esperemos que sejam John Kerry e Sergei Lavrov a
desencalhar uma solução apesar da enorme complexidade do problema. Repetimos o aqui escrevemos no dia 27 de Agosto: entendam-se!