quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Já chegou o fim da crise? Não sei…

A Comissão Europeia entusiasmou-se com as últimas notícias da economia e, perante um desemprego que está ao seu mais baixo nível desde 2008, um investimento que está a aumentar, umas finanças públicas mais equilibradas e um sistema bancário que se fortaleceu, decidiu anunciar o fim de uma crise que durou dez anos e que foi a pior por que passou a União Europeia na sua história de seis décadas.
Hoje, o diário ABC deu um enorme destaque a esta notícia, que pode ser verdadeira ou não, mas que é prematura. Embora pareçam já estar ultrapassados os tempos do subprime e as situações de grande dificuldade que levaram a intervenções e resgates, de diferente extensão e natureza, na Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Chipre, esta declaração é precipitada, mesmo considerando que o produto global da UE28 esteja a crescer a 2%. Esta euforia dos burocratas de Bruxelas também está a passar por Portugal, impulsionada por um clima de generalizada confiança e de estabilidade política, mas sobretudo pela excelência dos resultados das exportações e do turismo. Segundo as previsões do Banco de Portugal a economia portuguesa irá crescer 2,5% em 2017, que é superior àquele que se prevê para o conjunto da UE28, pelo efeito do enquadramento internacional de recuperação da procura interna, do investimento e do emprego. Dizem que é a retoma que aí está, mas ainda é cedo para se tirar essa conclusão.
Embora estejam anunciadas estas perspectivas favoráveis, será bom que as nossas autoridades não se esqueçam do enorme endividamento dos agentes económicos, do elevado desemprego de longa duração e do acentuado envelhecimento da população, para além de, ao contrário do que afirma a Comissão Europeia, não sabermos se os nossos bancos estão realmente mais fortes do que há dez anos atrás. Que as coisas estão a andar bem é uma evidência que deixa o Passos e a Cristas bem nervosos, mas será que se pode anunciar o fim da crise?

A escalada do confronto agudiza-se

A Coreia do Norte vem desenvolvendo desde há vários anos um programa nuclear e um programa de mísseis que muito tem preocupado a comunidade internacional e, em especial, os países daquela região asiática, mas também os Estados Unidos. As tentativas levadas a efeito para travar esses programas não têm resultado e apenas têm conduzido o regime de Pyongyang e o seu líder Kim Jong-un à intensificação do seu discurso ameaçador, sobretudo contra os Estados Unidos. Depois do lançamento do seu primeiro míssil balístico intercontinental com capacidade para atingir o território americano, o nível das suas ameaças aumentou e a tensão entre os dois países acentuou-se. Esse lançamento terá constituído “um sério aviso” aos Estados Unidos, mostrando que a Coreia do Norte estava em condições de lançar um míssil balístico intercontinental contra o território americano “a qualquer momento e a partir de qualquer lugar”.
Entretanto, aconteceu um segundo lançamento de um míssil balístico intercontinental e soube-se que a Coreia do Norte conseguiu produzir ogivas nucleares com as dimensões adequadas para serem transportadas pelos seus mísseis. O tom da sua ameaça subiu de tom, havendo notícias de que nos arsenais norte-coreanos haverá várias dezenas de ogivas nucleares.
Donald Trump reagiu às ameaças norte-coreanas e, de acordo com o Newsday e outros jornais, afirmou que “eles enfrentarão fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Por outro lado, há repetidas mensagens a avisar Kim Jong-un que com as suas ameaças está a arriscar a destruição do seu povo e do seu próprio país.  
A situação é muito complexa e perigosa, até porque está nas mãos de dois obstinados. Ali ao lado, a China permanece atenta e, aparentemente, quer ser apenas espectadora. Porém, tudo parece convergir no sentido de uma tempestade perfeita.