A edição de ontem
do jornal Correio Braziliense destaca duas notícias alarmantes sobre a
violência que se vai manifestando por esse mundo fora e que mostra que já não é
apenas o que se passa na Ucrânia a encher-nos de preocupações, mas também
outras situações que o jornal identificou como a “guerra no Rio” e o “massacre
nos EUA”.
Os factos noticiados
são os seguintes:
1. Uma operação
policial realizada numa favela do Rio de Janeiro com o objectivo de prender os
líderes de organizações criminosas que operam no Brasil, deixou 25 mortos no
terreno.
2. Um jovem
americano de origem hispânica com 18 anos de idade, chamado Salvador Ramos,
entrou numa escola em Uvalde, uma pequena cidade americana nas proximidades da
fronteira mexicana e matou a tiro 19 crianças e duas professoras.
Estes dois casos,
embora diferentes nas suas motivações, chocaram o mundo e tiveram como
denominador comum a violência, que é um problema demasiado complexo para ser
analisado neste espaço. Porém, em ambos os casos estão presentes distorções
sociais e actividades criminosas, designadamente o tráfico de drogas e o
negócio das armas. No caso das
armas, a permissividade da legislação americana é apontada como a grande
responsável pela violência, estimando-se que 39% das famílias americanas tenham
pelo menos uma arma em casa. Acontece que “entre
1968 e 2017, houve 1,5 milhão de mortes por arma de fogo nos EUA — o número é
maior que o de todos os soldados americanos mortos nas guerras em que o país se
envolveu desde a Guerra da Independência, em 1775”.
Desde há muitos
anos que os presidentes dos Estados Unidos tentam travar esta violência e esta tragédia,
mas o lobby da indústria do armamento
é muito poderoso e a cultura das armas
– produção, venda e uso – faz parte da mentalidade americana.