quinta-feira, 26 de maio de 2022

Sobre a cultura das armas e a violência

A edição de ontem do jornal Correio Braziliense destaca duas notícias alarmantes sobre a violência que se vai manifestando por esse mundo fora e que mostra que já não é apenas o que se passa na Ucrânia a encher-nos de preocupações, mas também outras situações que o jornal identificou como a “guerra no Rio” e o “massacre nos EUA”.
Os factos noticiados são os seguintes:
1. Uma operação policial realizada numa favela do Rio de Janeiro com o objectivo de prender os líderes de organizações criminosas que operam no Brasil, deixou 25 mortos no terreno.
2. Um jovem americano de origem hispânica com 18 anos de idade, chamado Salvador Ramos, entrou numa escola em Uvalde, uma pequena cidade americana nas proximidades da fronteira mexicana e matou a tiro 19 crianças e duas professoras.
Estes dois casos, embora diferentes nas suas motivações, chocaram o mundo e tiveram como denominador comum a violência, que é um problema demasiado complexo para ser analisado neste espaço. Porém, em ambos os casos estão presentes distorções sociais e actividades criminosas, designadamente o tráfico de drogas e o negócio das armas. No caso das armas, a permissividade da legislação americana é apontada como a grande responsável pela violência, estimando-se que 39% das famílias americanas tenham pelo menos uma arma em casa. Acontece que “entre 1968 e 2017, houve 1,5 milhão de mortes por arma de fogo nos EUA — o número é maior que o de todos os soldados americanos mortos nas guerras em que o país se envolveu desde a Guerra da Independência, em 1775”.
Desde há muitos anos que os presidentes dos Estados Unidos tentam travar esta violência e esta tragédia, mas o lobby da indústria do armamento é muito poderoso e a cultura das armas – produção, venda e uso – faz parte da mentalidade americana.