domingo, 21 de fevereiro de 2016

Aviões canadianos já regressaram a casa

Na sua edição de hoje, que inclui uma sugestiva capa, o jornal National Post de Toronto faz um balanço da intervenção da aviação canadiana na guerra contra o ISIL (Islamic State of Iraq and the Levant), também conhecido por ISIS (Islamic State of Iraq and Syria) ou, ainda, como ultimamente se vem generalizando chamar-se, o Daesh.
A capa do jornal destaca que os aviões McDonnell Douglas CF-18 Hornet da Força Aérea do Canadá estiveram envolvidos nos teatros operacionais do Iraque e da Síria desde Novembro de 2014, tendo realizado 1378 saídas operacionais, 251 ataques a 267 posições e lançado 606 bombas, sobretudo na área da cidade iraquiana de Mosul. No território sírio os CF-18 canadianos fizeram apenas cinco acções e lançaram 27 bombas. Entretanto, os seis aviões canadianos regressaram a casa e reivindicam que nos seus 251 ataques não causaram quaisquer baixas civis. O fim da participação canadiana na coligação liderada pelos Estados Unidos gerou controvérsia e muito debate na esfera política, mas também na opinião pública canadiana, pois houve quem entendesse este regresso como uma quebra na solidariedade aliada.
Porém, o que é mais interessante nesta notícia é o debate público sobre a participação canadiana nas operações aéreas contra o ISIS, com apreciação crítica dos meios envolvidos e dos resultados obtidos. Por isso, o jornal pergunta o que significaram 606 bombas canadianas no contexto de mais de 32.000 bombas lançadas pela coligação internacional e se essas 606 bombas fizeram alguma diferença na guerra contra o ISIS. Em síntese, a guerra já não é o que era e os contribuintes já não aceitam pagar facturas tão avultadas como esta.

O cemitério português de Richebourg

O jornal La Voix du Nord que se publica em Lille, destaca hoje em primeira página que vão ser propostos para apreciação e classificação pela UNESCO um conjunto de 19 sítios – cemitérios e memoriais – localizados na região administrativa francesa de Nord-Pas-de-Calais, junto da fronteira belga. A proposta será apresentada pela associação “Paysages et sites de mémoire de la Grande Guerre” e inscreve-se na evocação do 1º centenário da Grande Guerra, tendo como objectivo fazer com que os inúmeros cemitérios militares da região integrem a lista de bens culturais da UNESCO. Esses sítios simbólicos já são uma atracção turística, mas as autoridades pensam que a sua classificação poderá potenciar mais visitas à região e, dessa forma, valorizar a sua economia. Numa primeira recolha o comité científico da associação apreciou 138 sítios e bens, sobretudo necrópoles e cemitérios militares, entre os quais alguns cemitérios de tropas expedicionárias portuguesas, indianas e canadianas, além de cemitérios de tropas alemãs, francesas e inglesas, tendo seleccionado cinco no Nord e catorze no Pas-de-Calais.
Entre os sítios selecionados está o cemitério militar português de Richebourg, situado na comuna de Richebourg, onde foram recolhidas as sepulturas de 1831 soldados portugueses mortos durante a 1ª Guerra Mundial, que se encontravam dispersas por diversos cemitérios franceses e belgas. Este cemitério foi inaugurado em 1928 e, poucos anos depois, foi construido um muro de protecção e uma porta monumental com materiais importados de Portugal. Em 1976 o sítio foi valorizado com a construção de uma capela da invocação de Nossa Senhora de Fátima.