O encontro ontem
acontecido em Ryade entre Marco Rubio e Sergei Lavrov para encontrarem uma
solução para a guerra na Ucrânia, tem que ser saudado porque representa um
passo muito importante para o restabelecimento do diálogo entre as duas maiores
potências nucleares do globo. Depois de meses de muita tensão, ou mesmo de alta
tensão, este encontro reintroduz alguma sensatez e muito alívio na política
internacional, até porque se falou de paz, coisa de que os obcecados líderes
europeus nunca falavam. Porém, ao excluirem agora a Europa e a Ucrânia deste
encontro, americanos e russos foram pragmáticos mas levantaram um coro de
críticas, sobretudo dos marginalizados, especialmente Macron e Zelensky, que
queriam ter algum protagonismo na solução deste problema.
A imprensa
internacional destaca hoje a marginalização de uma Europa dividida e sem
liderança, a “ressureição” de Putin e o muito provável afastamento de Zelensky
de todo o processo, talvez porque venha falando demais. O jornal El País diz que “EE UU rehabilita a
Putin en el primer contacto sobre Ucrania”, o La Vanguardia escreve “El nuevo orden de EE UU y Russia”, o Le Monde destaca que “Trump et Poutine à
l’initiative, l’Europe divisée” e o Daily
Telegraph prevê que "Zelensky could fall as price of peace”. Do outro
lado do Atlântico o tom é semelhante e o The
Wall Street Journal refere que “Not invited: Zelensky sidelined in negotiations”.
No entanto, o mais surpreeendente é o destaque de primeira página do jornal The Washington Post ao escrever que “Trump
blames war on Ukraine” e que “Kyiv should have never started it”.
A declaração de Trump
de que “nunca deveriam ter começado o conflito com a Rússia” representa uma
nova narrativa para este conflito, ao remeter as suas origens para os
tempos da reunificação alemã e do “acordo” para que a NATO não se estendesse
para oriente, o que não aconteceu e veio a provocar a reacção russa.
Quem enganou
Zelensky dizendo-lhe que ia ganhar esta guerra?