O licenciado
Paulo Rangel nasceu em 1968 e, segundo reza a sua biografia, entrou na política
aos 33 anos de idade quando em 2001 lhe confiaram a redacção do programa de
candidatura de Rui Rio à Câmara Municipal do Porto. Gostou da experiência, encostou-se
aos amigos e, em vez de escolher uma carreira académica, optou por ocupar
alguns bons tachos, misturando funções públicas com funções privadas. Em 2010
já se sentia alguém e decidiu disputar a liderança do PSD, mas como perdeu o
confronto com Passos Coelho foi compensado com um tacho de eurodeputado muito
bem remunerado em Bruxelas. Foi nessa condição que foi
convidado para essa magna reunião de escoteiros sociais-democratas a que,
pomposamente, chamam a universidade de verão do PSD.
Pois foi
esta figurinha menor, este pateta e este verdadeiro caceteiro que nos veio dizer que
foi o actual governo que tratou de confrontar um ex-primeiro-ministro e um
banqueiro com a Justiça, ao afirmar com os dedos no ar que estes dois casos só estão
a acontecer porque o PSD e o CDS estão no governo. Nestas condições e, ainda
segundo o caceteiro-pateta Rangel, a acção da Justiça tem sido encaminhada e
interpretada à luz dos desejos do PSD e do CDS, porque ninguém “acredita que se os socialistas estivessem no poder
haveria um primeiro-ministro sob investigação”, isto
é, a Justiça só investiga políticos quando os seus partidos não estão no
governo e, portanto, a Justiça não passa de uma qualquer coisa comandada pelo governo. É triste vermos um jurista
e eurodeputado, alucinado e fanático, a dizer isto. É um ignorante. É uma vergonha da nossa
Democracia.
Assim, ainda segundo
o referido caceteiro-pateta, temos Sócrates a ser investigado porque é do PS; temos
Passos a não ser investigado no caso Tecnoforma e nas dívidas à Segurança
Social porque é do PSD que está no governo; temos Portas a não ser investigado
no “caso dos submarinos” porque o CDS também está no governo; temos Vara
condenado no processo “Face Oculta” porque é do PS; temos Miguel Macedo a não ser
constituído arguido no caso “vistos gold” porque é do PSD; temos Marco António
Costa que ainda não foi constituído arguido no “caso Câmara de Gaia”
porque o PSD está no governo ; e temos Dias Loureiro e toda a malta do BPN a
circularem livremente por aí sem investigação, porque são do PSD. Das
declarações do eurodeputado Rangel não se pode concluir outra coisa e,
portanto, como diria o treinador Manuel Machado, “um imbecil é sempre um
imbecil”.