Há dois dias
tratamos aqui algumas notícias respeitantes aos graves problemas dos serviços
de saúde de alguns países da Europa ocidental. O tema continua a dominar a
esfera mediática desses países e hoje, o jornal inglês The Independent, revela “o
real custo das greves do NHS”.
Segundo revela o
jornal, devido às greves dos servidores do NHS, há milhares de pacientes forçados
a engrossar as listas de espera para consultas, tratamentos e cirurgias, como
por exemplo a cirurgia do joelho ou do cérebro, o que significa que o NHS está
em vias de não cumprir a sua principal missão. Na passada semana, os serviços
de saúde britânicos tinham afirmado que estavam em vias de cumprir as suas
metas, mas as prolongadas paralisações que se têm verificado, a somar a uma
procura sem precedentes dos serviços de urgência, tornaram esse objectivo muito
mais improvável de atingir. Acontece que mais de 10.000 pacientes esperarão
provavelmente 18 meses ou mais por uma cirurgia, que haverá um cancelamento de
cerca de 140.000 consultas durante o período da greve e que, em cada semana de
greve, haverá mais 7.000 pessoas a ingressar nas listas de espera. Mais
paralisações estão previstas para as próximas semanas e muitos agentes políticos
pedem negociações com os sindicatos.
Naturalmente, o
SNS português passa por situações semelhantes às que se estão a verificar nos
países indicados, parecendo sugerir que o problema tem características
estruturais. Os cuidados de saúde são cada vez mais eficientes, mas são muito mais
caros do que antes, ao mesmo tempo que a procura não cessa de aumentar. Não é
uma situação que se enquadre na chamada lei da oferta e da procura. É uma equação
orçamental e social muito difícil de resolver e todos os governos têm
dificuldades em encontrar soluções.