Embora se venha
falando na grave crise económica e social que se aproxima, as maiores
preocupações do mundo continuam a centrar-se na crise sanitária, até porque na
Europa ocidental, especialmente na Itália e na Espanha, as más notícias
continuam a encher os noticiários. Ciente desta ameaça, a imprensa
internacional procura apoiar e estimular aqueles que se encontram na primeira
fila do combate, como hoje acontece com o diário Le Parisien que agradece
aos cuidadores franceses e publica uma expressiva fotografia.
Também em
Portugal todos temos que expressar gratidão aos nossos “combatentes”, embora
haja quem ande distraído. Apesar dos portugueses, segundo dizem as sondagens,
estarem a confiar na acção de António Costa e das suas “tropas”, com os responsáveis
pelos Serviços de Doenças Infecciosas dos Hospitais Curry Cabral (Fernando
Maltês) e de São João (António Sarmento) a afirmarem que nada lhes falta, a
generalidade dos jornalistas e dos supostos jornalistas procura com insistência
por falhas na acção das autoridades responsáveis pela gestão da pandemia. Nesta
emergência, as principais forças políticas estão unidas porque o “inimigo” só
pode ser vencido com coesão nacional, mas os supostos jornalistas, em vez de passarem
a mensagem de que o covid-19 é um
vírus novo que provoca uma doença nova que a Ciência ainda não conhece, ou de
transmitirem mensagens de esperança à população, ou de apoio e solidariedade às
autoridades e aos “combatentes” que estão na primeira linha, procuram descobrir
que há falta de máscaras, de luvas, de ventiladores, de desinfectantes e de não
sei que mais. Procuram o pequeno escandalozinho. Procuram descobrir que não há capacidade para fazer testes e que
os profissionais da saúde estão cansados e desprotegidos. Dividem a opinião
pública em vez de a unirem para vencer esta “guerra”. Procuram deixar no
espírito das pessoas que as coisas não funcionam. Alimentam os medos em vez de
estimularem a esperança. Que mau serviço que esta impreparada gente presta à
nossa população!