A notícia mais
importante do dia de ontem foi, seguramente, a fuga de gás que se verificou nos
gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que transportam o gás
natural desde a Rússia até à Alemanha, através do mar Báltico, que é depois
distribuído por vários países da Europa. Estes gasodutos correm paralelamente
numa extensão de 1224 quilómetros de comprimento e têm sido objecto de muitas
discussões, pois simbolizam a relação de dependência energética do centro e do
ocidente da Europa em relação à Rússia. Essa discussão acentuou-se com o conflito
ucraniano em que o gás russo se tornou uma arma de guerra, pois os russos
precisam do dinheiro da venda do seu gás natural para alimentar a sua economia
de guerra e os ocidentais precisam do gás russo para alimentar as suas
economias e para aquecer as suas casas.
Hoje vários
jornais publicam a fotografia da mancha provocada pela fuga do gás no mar
Báltico, em águas territoriais suecas e dinamarquesas, enquanto todos se
interrogam sobre o que realmente se passou, pois foram detectadas explosões na
área onde estão assinaladas as fugas de gás.
O jornal holandês
deVolksrant
destaca com uma fotografia a seis colunas, a enorme mancha resultante
da fuga de gás no mar Báltico e diz que “as explosões no Nord Stream são quase
certamente sabotagem”. No mesmo sentido estão algumas reacções já conhecidas das
autoridades alemãs, dinamarquesas e polacas, pois é difícil imaginar uma avaria
técnica simultânea nos dois gasodutos. Significa que toda a gente parece
apostar na tese da sabotagem mas, a ser verdadeira, torna-se difícil saber quem
poderia e teria capacidade para levar a efeito esta acção. Ou como diria o
detective Hercule Poirot, que a ficção televisiva celebrizou, encontre-se quem estaria interessado nesta sabotagem e está encontrado o autor.
O certo é que o
fornecimento de gás russo à Europa está em risco e as tensões agravam-se.