O desempenho
económico de um país depende de muitos factores que estão presentes na sociedade e há as
mais diversas opiniões sobre o assunto, umas que tudo criticam e outras que
tudo elogiam, quase sempre em função dos seus interesses políticos
particulares. O facto é que a avaliação macroeconómica depende de muitos
indicadores económicos e sociais que normalmente são tratados pela política
económica, sobretudo o crescimento do produto, a taxa de emprego, a inflação, o
comércio externo, o desequilíbrio externo, a evolução da dívida e o
investimento, mas de muitas outras variáveis estruturais e conjunturais.
As
comparações internacionais são também um instrumento indispensável à avaliação
económica, bem como os estudos assinados pelos sindicatos e pelas organizações patronais.
Assim, uma opinião fundamentada sobre o desempenho económico exige muito
estudo, muita consulta de estatísticas e muitas comparações internacionais, mas
também muitas análises sectoriais e regionais, tanto qualitativas como
quantitativas. Por isso, são muito raros os especialistas independentes que,
normalmente através da televisão, avaliam o desempenho económico do nosso país
com base na informação necessária e com seriedade intelectual. O cidadão vive
entre os que afirmam que tudo vai bem e aqueles que dizem que tudo vai mal.
Quando um famoso economista
como Paul Krugman vem a Portugal, um país que ele bem conhece, é natural que a
imprensa o entreviste e foi o que fez o jornal de Negócios, que hoje
publicou essa entrevista em primeira página, destacando a sua frase: “Portugal
é uma espécie de milagre económico”. Paul Krugman tem 70 anos de idade, é
professor na Universidade de Princeton e em Yale, escreve regularmente nos
jornais de referência americanos e em 2008 foi o vencedor do Prémio Nobel da
Economia. Conhece bem a economia portuguesa e, nesta entrevista, até declarou
que “é um pouco misterioso como é que as coisas correram tão bem”. Foi o
planeamento económico? Foi a “mão invisível? Que importância teve António Costa
e o seu governo para este resultado, com contas certas e queda brutal da nossa dívida externa?