terça-feira, 21 de novembro de 2023

Houve uma espécie de milagre económico

O desempenho económico de um país depende de muitos factores que estão presentes na sociedade e há as mais diversas opiniões sobre o assunto, umas que tudo criticam e outras que tudo elogiam, quase sempre em função dos seus interesses políticos particulares. O facto é que a avaliação macroeconómica depende de muitos indicadores económicos e sociais que normalmente são tratados pela política económica, sobretudo o crescimento do produto, a taxa de emprego, a inflação, o comércio externo, o desequilíbrio externo, a evolução da dívida e o investimento, mas de muitas outras variáveis estruturais e conjunturais. 
As comparações internacionais são também um instrumento indispensável à avaliação económica, bem como os estudos assinados pelos sindicatos e pelas organizações patronais. Assim, uma opinião fundamentada sobre o desempenho económico exige muito estudo, muita consulta de estatísticas e muitas comparações internacionais, mas também muitas análises sectoriais e regionais, tanto qualitativas como quantitativas. Por isso, são muito raros os especialistas independentes que, normalmente através da televisão, avaliam o desempenho económico do nosso país com base na informação necessária e com seriedade intelectual. O cidadão vive entre os que afirmam que tudo vai bem e aqueles que dizem que tudo vai mal.
Quando um famoso economista como Paul Krugman vem a Portugal, um país que ele bem conhece, é natural que a imprensa o entreviste e foi o que fez o jornal de Negócios, que hoje publicou essa entrevista em primeira página, destacando a sua frase: “Portugal é uma espécie de milagre económico”. Paul Krugman tem 70 anos de idade, é professor na Universidade de Princeton e em Yale, escreve regularmente nos jornais de referência americanos e em 2008 foi o vencedor do Prémio Nobel da Economia. Conhece bem a economia portuguesa e, nesta entrevista, até declarou que “é um pouco misterioso como é que as coisas correram tão bem”. Foi o planeamento económico? Foi a “mão invisível? Que importância teve António Costa e o seu governo para este resultado, com contas certas e queda brutal da nossa dívida externa?