domingo, 22 de julho de 2018

A Suécia também com incêndios florestais

As alterações climáticas continuam a afectar o nosso planeta e os incêndios florestais são uma das consequências mais nefastas dessa realidade. Nos últimos dias foram anunciadas temperaturas de 40 graus na Sibéria e de mais de 30 graus na Suécia, onde está a acontecer uma vaga de incêndios florestais que habitualmente só aconteciam no sul da Europa. A situação era improvável e foi classificada como rara, pelo que o governo sueco não estava preparado para enfrentar os efeitos de uma tão intensa onda de calor e para uma tão acentuada secura do clima.
Por isso, o governo sueco pediu ajuda à União Europeia através do Mecanismo Europeu de Protecção Civil e, de imediato, a França, a Itália, a Alemanha, a Polónia, a Dinamarca e a Lituânia enviaram aviões de combate a incêndios, camiões e vários bombeiros para ajudar a apagar os fogos que há vários dias afectam o país e para os quais não se vislumbra quando possam ser completamente extintos. O governo português também se disponibilizou para ajudar a Suécia a combater os incêndios florestais, tendo disponibilizado dois aviões médios anfíbios e um módulo de combate a incêndios.
O matutino Dagens Nyheter que se publica em Estocolmo também destacou na primeira página da sua edição de ontem uma fotografia improvável, isto é, uma imagem de um dos muitos incêndios florestais que lavram no país.
Esta situação mostra como as alterações climáticas e a sua imprevisibilidade estão a interferir na nossa vida e mostram que o que aconteceu no ano passado em Portugal foi um caso de excepção, mas também que uma boa parte das lágrimas choradas foram "lágrimas de crocodilo", sobretudo por aqueles que atiraram todas as responsabilidades para a Constança e pretenderam tirar dividendos políticos da catástrofe.

A força da natureza no estreito de Sunda

Desde há dois dias que o vulcão Cracatoa, ou Anak Krakatau como se diz em bahasa indonésio, situado numa pequena ilha do estreito de Sunda, entre as ilhas de Java e Sumatra, entrou em erupção e o jornal The Jakarta Post publicou uma eloquente fotografia da lava incandescente a escorregar para o mar.
Os vulcões fazem parte da paisagem daquela região indonésia, muito em especial o famoso Cracatoa. Uma catastrófica erupção registada em 1883 tinha feito desaparecer a ilha de Cracatoa, provocando cerca de 40 mil mortos em consequência do tsunami que se seguiu à explosão vulcânica. Em 1927 uma nova ilha emergiu da caldeira formada em 1883, constituindo a actual ilha Anak Krakatau que, segundo os especialistas, tem um vulcão muito activo e que pode ser ainda mais poderoso que o antigo Cracatoa, que figura como um dos símbolos das calamidades vulcanológicas mundiais.
A sua última erupção tinha acontecido em Fevereiro de 2017, mas no passado dia 19 de Julho entrou em erupção lançando pedras a várias centenas de metros de altura, libertando gases e muita lava. Dizem os especialistas que ainda é cedo para saber se esta é apenas uma das regulares erupções do Anak Krakatau ou se é a actividade preliminar de uma crise vulcânica de maior dimensão.
Do que não restam dúvidas é que a erupção proporciona belíssimas fotografias.