As alterações
climáticas continuam a afectar o nosso planeta e os incêndios florestais são
uma das consequências mais nefastas dessa realidade. Nos últimos dias foram anunciadas
temperaturas de 40 graus na Sibéria e de mais de 30 graus na Suécia, onde está
a acontecer uma vaga de incêndios florestais que habitualmente só aconteciam no
sul da Europa. A situação era improvável e foi classificada como rara, pelo que
o governo sueco não estava preparado para enfrentar os efeitos de uma tão
intensa onda de calor e para uma tão acentuada secura do clima.
Por isso, o
governo sueco pediu ajuda à União Europeia através do Mecanismo Europeu de
Protecção Civil e, de imediato, a França, a Itália, a Alemanha, a Polónia, a Dinamarca
e a Lituânia enviaram aviões de combate a incêndios, camiões e vários bombeiros
para ajudar a apagar os fogos que há vários dias afectam o país e para os quais
não se vislumbra quando possam ser completamente extintos. O governo português também
se disponibilizou para ajudar a Suécia a combater os incêndios florestais,
tendo disponibilizado dois aviões médios anfíbios e um módulo de combate a
incêndios.
O matutino Dagens
Nyheter que se publica em Estocolmo também destacou na primeira página da
sua edição de ontem uma fotografia improvável, isto é, uma imagem de um dos muitos incêndios
florestais que lavram no país.
Esta situação
mostra como as alterações climáticas e a sua imprevisibilidade estão a interferir
na nossa vida e mostram que o que aconteceu no ano passado em Portugal foi um caso de excepção, mas também que uma boa parte das lágrimas choradas foram "lágrimas de crocodilo", sobretudo por aqueles que atiraram todas as responsabilidades para a Constança e pretenderam tirar
dividendos políticos da catástrofe.