terça-feira, 17 de junho de 2025

A marca americana nas guerras actuais

Hoje, a edição internacional do The New York Times publica com grande destaque de primeira página três fotografias alusivas às guerras que estão em curso e que tanto preocupam o mundo. Nas respectivas legendas, surge sempre destacada a figura de Donald Trump, num caso porque “acabava a guerra em 24 horas” e, nos outros casos, porque já se transformou num porta-voz do regime de Netanyahu. O facto é que há três guerras na Europa ou junto das fronteiras da Europa, é enorme o nível de destruição em Gaza, em Kiev, em Teerão ou em Telavive, enquanto as indústrias do armamento continuam a engordar…
Todos estes conflitos mostram, uma vez mais, como a propaganda funciona e manipula os acontecimentos, bem como se usam sem pudor dois pesos e duas medidas. Tanto na Ucrânia, como na Palestina e agora no Irão, os Estados Unidos protegem os regimes de Zelensky e de Netanyahu, enquanto a Europa continua hesitante, pequenina e ineficaz, a exibir-se de cimeira em cimeira em desfile de vaidades.
Quando Israel decidiu atacar o Irão para anular o seu programa nuclear, de forma semelhante ao que se passou com às armas de destruição maciça de Sadam Hussein, os Estados Unidos mostraram como estão envolvidos no apoio a um criminoso de guerra que tem conduzido um genocídio em Gaza, enquanto Donald Trump já tratou de afirmar que “domina os céus do Irão” e de exigir a “rendição incondicional”.
A Europa deveria ter moderado o conflito da Ucrânia e não tomar partido, deveria ter condenado o regime de Netanyahu pela sua acção cruel e genocida em Gaza e, no conflito entre Israel e o Irão, deveria reclamar à diplomacia para procurar resolver a situação, mas em vez disso fornece armas a Israel e tem afirmado que “Israel tem direito a defender-se”, como diria um qualquer senhor de La Palisse.