segunda-feira, 20 de junho de 2022

A democracia e a alternância de poder

Ontem realizaram-se importantes eleições em Espanha, na França e na Colômbia, todas elas a mostrar que, como um dia disse Winston Churchill, “a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros". De facto, ao contrário da Autocracia e da Oligarquia, a Democracia permite que, através do voto, os cidadãos escolham periodicamente aqueles que os devem representar no exercício do poder, o que significa que “o povo é quem mais ordena” ou a possibilidade da alternância e da moderação desse poder. Assim aconteceu ontem em três diferentes países.
Na Andaluzia, que é a segunda maior comunidade autónoma espanhola e a mais populosa com quase nove milhões de habitantes, realizaram-se as eleições regionais e o Partido Popular conseguiu eleger 59 deputados, o que lhe garante a maioria absoluta no parlamento andaluz, onde têm assento 109 deputados. Foi claramente derrotado o PSOE, o partido tradicionalmente mais votado e que governou a Andaluzia desde 1982 até 2018, pois apenas conseguiu eleger 30 deputados. A democracia funcionou e houve alternância de poder.
Em França realizaram-se as eleições parlamentares para eleger os 577 deputados para a Assembleia Nacional, com a coligação Ensemble!, que apoia o presidente Macron, a conseguir a maioria ao eleger 245 deputados, mas ficando longe da maioria absoluta de 289 deputados. As surpresas vieram da NUPES, a coligação de esquerda de Mélenchon que elegeu 131 deputados e da União Nacional de Marine le Pen, que elegeu 89 deputados. Por isso, os próximos tempos não serão fáceis para Macron. A democracia funcionou e houve alternância de poder.
Na Colômbia realizou-se a 2ª volta das eleições presidenciais e mais de 22 milhões de colombianos deram a vitória a Gustavo Petro, um economista e ex-combatente do grupo armado M-19 que obteve 50,47% dos votos e que, dessa forma, se tornou o primeiro presidente de esquerda do país. A democracia funcionou e houve alternância de poder.
Para ilustrar estas vitórias da Democracia escolhemos a capa do jornal el Colombiano que se publica em Medellin, a segunda maior cidade da Colômbia.