Ontem
realizaram-se importantes eleições em Espanha, na França e na Colômbia, todas
elas a mostrar que, como um dia disse Winston Churchill, “a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os
outros". De facto, ao contrário da Autocracia e da Oligarquia, a
Democracia permite que, através do voto, os cidadãos escolham periodicamente
aqueles que os devem representar no exercício do poder, o que significa que “o
povo é quem mais ordena” ou a possibilidade da alternância e da moderação desse
poder. Assim aconteceu ontem em três diferentes países.
Na
Andaluzia, que é a segunda maior comunidade autónoma espanhola e a mais
populosa com quase nove milhões de habitantes, realizaram-se as eleições
regionais e o Partido Popular conseguiu eleger 59 deputados, o que lhe garante
a maioria absoluta no parlamento andaluz, onde têm assento 109 deputados. Foi
claramente derrotado o PSOE, o partido tradicionalmente mais votado e que
governou a Andaluzia desde 1982 até 2018, pois apenas conseguiu eleger 30
deputados. A democracia funcionou e houve alternância de poder.
Em
França realizaram-se as eleições parlamentares para eleger os 577 deputados
para a Assembleia Nacional, com a coligação Ensemble!,
que apoia o presidente Macron, a conseguir a maioria ao eleger 245 deputados,
mas ficando longe da maioria absoluta de 289 deputados. As surpresas vieram da NUPES, a coligação de esquerda de
Mélenchon que elegeu 131 deputados e da União
Nacional de Marine le Pen, que elegeu 89 deputados. Por isso, os próximos
tempos não serão fáceis para Macron. A democracia funcionou e houve alternância
de poder.
Na
Colômbia realizou-se a 2ª volta das eleições presidenciais e mais de 22 milhões
de colombianos deram a vitória a Gustavo Petro, um economista e ex-combatente
do grupo armado M-19 que obteve 50,47% dos votos e que, dessa forma, se tornou
o primeiro presidente de esquerda do país. A democracia funcionou e houve
alternância de poder.
Para ilustrar
estas vitórias da Democracia escolhemos a capa do jornal el Colombiano que se
publica em Medellin, a segunda maior cidade da Colômbia.