No mesmo dia em
que foi anunciada a venda do BESI (Banco Espírito Santo de Investimento) aos
chineses do Grupo Haitong por 379 milhões de euros, também o governo francês
anunciava a venda de 49,99% do aeroporto de Toulouse-Blagnac a um consórcio
chinês por 308 milhões de euros.
Estes dois factos
foram conhecidos alguns dias depois da última edição do Courrier international
que dedica grande parte da sua edição à China e à sua estratégia de
“conquista do mundo”, com especial enfâse na “nova rota da seda” (a linha
ferroviária Duisburg-Chongqing) e nas ambições económicas e diplomáticas chinesas.
O assunto não é
novo. Um estudo da Heritage Foundation que foi divulgado pela BBC Business (13-10-2013) já concluira
que a China era o maior investidor mundial e quantificara o investimento chinês
no mundo que, entre 2005 e Junho de 2013, atingiu um montante de 688 mil
milhões de euros, distribuidos por quase todo o mundo e, sobretudo, pelos
sectores da energia, metalomecânica, transportes, imobiliário e finança. Na
relação dos países de destino desse investimento aparecem a Austrália (58,2 mil
milhões de euros), os Estados Unidos (57,6), o Canadá (37,6), o Brasil (28,2),
a Indonésia (25,9), o Irão (18,6), a Nigéria (18,5) e o Reino Unido (17,8),
entre outros. No que respeita à Europa, o investimento chinês dirigiu-se para o
referido Reino Unido (17,8 mil milhões de euros), França (9,2), Suiça (8,2), Grécia
(6,6), Turquia (6,4), Alemanha (4,9) e Portugal (4,1), entre outros.
Assim,
verifica-se que Portugal é o sétimo país europeu que mais investimento chinês
recebeu e que esse investimento representa apenas 0,5 % do total, tendo sido
orientado sobretudo para as privatizações da EDP, da REN e da Fidelidade, em
operações que renderam 4114 milhões de euros ao Estado.
Portanto, embora não
parecendo, a influência chinesa na Europa não se sente apenas em Portugal.