quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Catalunha: o diálogo ou a luta nas ruas?

Ontem a cidade de Barcelona participou na grande manifestação da Diada, que é o dia nacional da Catalunha e celebra a queda da cidade em 1714, durante a Guerra da Sucessão. Por isso, a manifestação começa sempre às 17 horas e 14 minutos. Os catalães foram mobilizados pelas organizações independentistas e afirma-se que cerca de um milhão de pessoas encheram as ruas de Barcelona e participaram na Diada, muitas delas transportadas do interior em mais de mil autocarros.
A Diada foi um sucesso para os organizadores e foi pacífica, mas reivindicativa, centrando-se na libertação dos presos, na criação da república catalã e no independentismo. As fotografias publicadas pela imprensa são impressionantes, como se vê na capa do La Vanguardia, em que a enorme quantidade das bandeiras mostra que a organização as distribuiu eficazmente ou que a cena foi bem encenada para os media.
A generalidade dos observadores refere que a manifestação serviu para unir e  elevar a moral do independentismo que tem andado desorientado e desmobilizado, oscilando entre as posições dos moderados e dos radicais, ou entre aqueles que entendem que deve ser mantido e reforçado o diálogo com o governo de Madrid e aqueles que não acreditam no diálogo e querem trazer o problema para a rua.
No dia 27 de Outubro perfaz-se um ano desde a polémica declaração de independência de Carles Puigdemont e há quem acredite que esse dia está a ser preparado para ser um dia de confronto ou o início de um Outono agitado nas ruas de Barcelona.
Porém, o que é mais relevante é que a Catalunha permanece dividida ao meio, o que coloca o independentismo numa posição de fraqueza, por mais impressionantes que sejam as imagens da manifestação.