sábado, 27 de fevereiro de 2021

Evocando a viagem e a visita de Magalhães

No dia 6 de Março de 1521 a frota de Fernão de Magalhães, constituída pelas naus Trinidad, Victoria e Concepción, chegou a umas ilhas a que chamou ilhas dos Ladrões, depois de três meses e vinte dias de viagem sem escala, durante a travessia do Pacífico. Essas ilhas vieram a ser colonizadas pelos espanhóis e em 1668 o seu nome foi alterado para ilhas Marianas, em homenagem a Mariana de Áustria, a viúva de Filipe IV de Espanha. As ilhas dependiam da Capitania Geral das Filipinas, mas em 1898 foram cedidas aos Estados Unidos na sequência da guerra hispano-americana. Actualmente, constituem o Estado Livre das Marianas Setentrionais, dependente dos Estados Unidos, enquanto a ilha de Guam, que fica mais a sul do arquipélago e onde se localiza a cidade de Hagatña, é um território americano.
Foi a este porto que ontem chegou o navio-escola espanhol Juan Sebastian de Elcano que, 500 anos depois, está a fazer uma viagem de circum-navegação evocativa da viagem de Fernão de Magalhães.
O jornal Pacific Daily News noticia hoje a chegada do navio espanhol, que foi recebido por canoas à entrada do porto, onde se situa a Base Naval americana de Guam. Naturalmente a visita parece despertar a curiosidade da população, constituída sobretudo por militares americanos e suas famílias.
O que é curioso é que diversos navios-escolas, nomeadamente do Chile, da Itália e da Espanha, estão em viagens de instrução como se tem visto aqui nesta ruadosnavegantes, parecendo não recear o covid-19.

R.I.P. Alfredo Quintana

Há menos de um mês, durante o 27º Campeonato do Mundo de Andebol que se realizou no Egipto, a baliza portuguesa foi defendida pelo guarda-redes Alfredo Eduardo Quintana Bravo e a excelência das suas exibições ajudou a selecção de Portugal a alcançar um inédito 10º lugar na competição. As transmissões televisivas mostraram que a equipa portuguesa teve um comportamento notável, que exibiu um elevado nível competitivo e que era formada por vários jogadores de classe mundial. Um deles era Alfredo Quintana, que se destacava pela sua elevada estatura, pela sua atitude e pela sua agilidade.
De regresso a Portugal, retomou os seus treinos e foi durante uma sessão realizada no dia 22 de Fevereiro, que sofreu uma paragem cardio-respiratória. Foi de imediato transportado ao hospital e aí lutou pela vida durante quatro dias, mas não resistiu e faleceu aos 32 anos de idade.
Alfredo Quintana nascera na cidade cubana de Havana mas viera para Portugal em 2011 para representar a equipa de andebol do FC Porto, com a qual foi campeão de Portugal por seis vezes. Integrou-se na sociedade e na cultura portuguesas e requereu a nacionalidade do país que o acolheu, pelo que veio a representar a selecção nacional de andebol em 56 partidas.
O destino foi cruel para este grande atleta. O desporto português ficou de luto. Nesse mundo tantas vezes movido por rivalidades regionais e clubísticas, raramente se assistiu a tão grandes provas de solidariedade para com um atleta, expressas pela imprensa, pelo seu clube, pelos seus companheiros e pelos seus adversários, significando que Alfredo Quintana era um grande atleta, mas também um grande desportista.