O dia 12 de
Outubro de 1492 foi o dia em que Cristovão Colombo, ao serviço dos
Reis Católicos, descobriu as Antilhas como parte de um novo continente, embora
pensasse que tinha chegado à Índia. Esse dia marcou o início de uma nova era para
a humanidade pois foi um “encontro de dois mundos” e, nesses territórios, vieram
a formar-se vários países, incluindo aquele que é hoje o mais rico e mais
poderoso do planeta – os Estados Unidos.
Porém, o processo
de formação desses países assentou em muita violência, atrocidades e extorsões
que, durante muitos anos, não foram reconhecidos pelos colonizadores. O dia 12
de Outubro e a figura de Cristovão Colombo tornaram-se, em simultâneo, os símbolos do "descobrimento do novo mundo" e da "agressão
colonial nas Américas". Por isso, o Columbus Day, celebrado exactamente no dia
12 de Outubro, que era um dos dias festivos dos americanos passou a ser
contestado. Joe Biden foi atrás de um certo populismo e, este ano, decidiu
proclamar o Dia dos Povos Indígenas, em paralelo com o Columbus Day. Na sua
proclamação disse que “sucessivas gerações de americanos desprezaram os povos e
as culturas nativas” e fez o elogio dos povos indígenas que resistiram ao
colonizador. No entanto, numa proclamação separada tratou de elogiar “o papel
dos italo-americanos na construção da sociedade americana”, embora tivesse
referido a violência e o dano que Colombo e outros exploradores trouxeram ao
continente.
Em Espanha e,
sobretudo na região de Huelva, as autoridades de Huelva e de Palos de la Frontera,
reagiram e reclamaram que “Cristóbal Colón mantiene su protagonismo 529 años
después”, acusando Joe Biden de mostrar ignorância e julgar o que se o passou
em finais do século XV pelas cânones do início do século XXI. De resto, o
jornal Huelva Información diz que foi a rainha Isabel a Católica que
primeiro legislou para que os nativos tivessem os mesmos direitos dos
espanhóis, coisa que os ingleses - de que descende Joe Biden - não fizeram.