quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Donald dificulta soluções na Venezuela

Os Estados Unidos, e em especial a administração Trump, continuam apostados em lutar contra a Venezuela e o chavismo, porque não querem que mais um regime político de tipo cubano se instale na América do Sul.
A campanha contra Nicolás Maduro e o seu regime tem revestido diversas formas, embrulhadas em eventuais golpes de estado, ajuda humanitária, carência de medicamentos, crises no meio militar e outras formas sensacionalistas de sensibilizar a comunidade internacional que, de facto, não sabemos se são apenas acções de propaganda. Porém, daquilo que vamos sabendo, quer as Forças Armadas, quer o aparelho judiciário continuam ao lado de Maduro, enquanto o auto-proclamado presidente Guaidó não consegue ir mais além de ter sido recebido pelo Donald e não arrisca uma viagem à Europa que certamente não lhe correria da mesma maneira.
Apesar de todas as contradições do processo político venezuelano, desde Maio que têm decorrido negociações mediadas pela Noruega, Uruguai e União Europeia, entre o governo de Nicolás Maduro e representantes de Juan Guaidó.  As últimas rondas de negociações têm decorrido em Barbados, embora os americanos insistam que essas negociações devem ter apenas um ponto: o afastamento de Maduro. Nada como esta exigência mostra a efectiva ingerência dos Estados Unidos na vida venezuelana e como a oposição de Guaidó, infelizmente para os venezuelanos, não passa de um instrumento da política externa americana. Agora, a administração Trump foi mais longe e impôs sanções económicas totais contra a Venezuela, sendo a primeira vez que esta medida foi tomada nos últimos 30 anos. Parece-me que foram longe demais e só vieram complicar a situação na Venezuela. Nicolás Maduro, porque terá um sentido de dignidade bolivariana que outros não têm, abandonou a negociações com a oposição, conforme revela hoje o diário 2001 de Caracas. Podia esperar-se outra coisa?