segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Balde de água fria ou o adeus ao Qatar?

Faltava apenas um empate para que a selecção portuguesa assegurasse a sua presença na fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, que será realizado no Qatar no próximo ano. Faltava apenas defrontar a Sérvia e era em Lisboa, com o estádio da Luz a abarrotar de adeptos e de bandeiras. Faltava apenas ultrapassar os noventa minutos de jogo e a confiança era geral. O apuramento estava quase garantido. Eram favas contadas e até um golo no minuto inicial parecia abrir o caminho para a vitória. Os jogadores deixaram-se embalar, deixaram de correr, deixaram de lutar. Ao nonagésimo minuto surgiu um golo sérvio e toda a arrogância palavrosa do nosso treinador, que nos tinha garantido que estaríamos no Qatar, se desfez.
Uma derrota destas não é tragédia nenhuma, embora seja difícil de engolir porque a equipa jogou mal, muito mal, sem esforço, sem luta, sem alegria. Eles queriam ganhar, mas ninguém lhes disse que tinham de correr e de lutar. Não basta que a equipa seja constituída por artistas talentosos e muito endeusados pelos media, pois é preciso incutir-lhes um espírito ganhador, o que implica humildade, disponibilidade, coesão e muita disciplina da parte dos artistas, o que não foi o que se viu ontem. Foi o “eclipse total” como bem salientou o jornal O Jogo, embora se refira que os outros jornais que vivem do futebol e que dão pelos nomes de A Bola e Record, tenham escolhido títulos excessivos como as palavras “Miserável” e “Vergonha mundial”, esquecendo que com a sua laudatória habitual têm muita responsabilidade no “eclipse” que aconteceu. Passam cada edição a tratar os jogadores como bestiais, mas bastaram-lhes noventa minutos para que os tratassem como bestas
Em Março disputam-se os play-off e pode ser que a selecção portuguesa ainda se qualifique para o Qatar…