segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

A nova orientação política da Alemanha

O dia de hoje foi muito intenso no que respeita a acontecimentos e ao respectivo noticiário internacional. Em Washington encontraram-se Donald Trump e Emmanuel Macron e, em Kiev, o presidente Zelensky recebeu os líderes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia. Noutro plano, também de Roma chegaram notícias um pouco mais animadoras sobre o preocupante estado de saúde do Papa Francisco. Todos esses acontecimentos, cada qual à sua maneira, foram muito importantes.
Porém, os resultados das eleições antecipadas que se realizaram na Alemanha e o seu significado no contexto europeu, também foram um acontecimento relevante, numa altura em que a Europa anda muito desorientada, pois trata-se do mais populoso país da União Europeia e a sua maior potência económica. A democracia funcionou e aconteceu a alternância no poder, isto é, ao governo do SPD vai suceder o governo da CDU e a Olaf Scholz vai suceder Friedrich Merz, qualquer deles com necessidade de coligações.
As sondagens acertaram e os conservadores da CDU de Friedrich Merz venceram com 28,52% dos votos e 208 mandatos, seguidos pela extrema-direira do AfD de Alice Weidel com 20,8% dos votos e 152 mandatos e dos sociais-democratas do SPD de Olaf Scholz com 16,41% e 120 mandatos. Estes números são indicados na edição de hoje do Bild, o antigo Bild Zeitung, que é o maior jornal da Alemanha.
Foi significativa a subida da AfD e a queda do SPD mas, sobretudo, parece que a Alemanha pode voltar a ter um protagonismo europeu como tinha nos tempos de Angela Merkel, em que se sabia quem mandava na Europa.
Neste tempo de tanta incerteza no mundo, com Trump, com Putin e com Zelensky, é preciso que a Europa se afirme unida, afirmativa, solidária, com rosto e sem as vaidades pessoais e os egoismos nacionais que a têm caracterizado nos últimos tempos. Pode ser que a Alemanha de Merz seja diferente da Alemanha de Scholz...