Nas últimas horas
a América tremeu devido à violenta ocorrência de dois tiroteios e, na sua
edição de hoje, o jornal Houston Chronicle escolheu como
título a frase “uma nação chora”.
Aconteceu um
tiroteio na manhã do passado sábado num centro comercial em El Paso, no Texas,
de que resultaram 20 pessoas mortas e mais de duas dezenas de feridos; cerca de
13 horas depois, num bar em Dayton, no Ohio, aconteceu um outro tiroteio de que
resultaram 9 mortos e mais 27 feridos. Perante estes dois casos, ambos
resultantes do racismo branco e do seu radicalismo de ódio e violência, a
imprensa americana não só relatou a dor que afectou a sociedade americana, mas
também reagiu contra a facilidade com que é possível aos americanos possuir
armas de fogo em sua casa e, de vez em quando, utilizá-las na rua. Porém, o
assunto é muito antigo e não parece que o lóbi da National Riffle Association abdique das suas posições liberais
nesta matéria e que os americanos venham a ser limitados na sua liberdade de
compra de armas de fogo.
O facto é que as
estatísticas mostram que todos os dias morrem 85 pessoas vitimadas por armas de
fogo e que, com os dois casos ocorridos do passado fim-de-semana e quando se
está no 216º dia do ano, segundo a Gun
Violence Archive já estão contabilizados 251 tiroteios, em cada um dos
quais morreram “pelo menos quatro pessoas excluindo o atirador”. Muitos políticos
exigem leis mais rigorosas para a posse de armas e acusam Donald Trump de estar
a alimentar tensões raciais, designadamente com o seu declarado ódio aos
hispânicos, responsabilizando-o pelo que aconteceu em El Paso e em Dayton.
Depois de cada
massacre a América fica chocada com as tragédias e chora, mas nada tem feito
para combater esta realidade que faz do país mais poderoso do mundo, também um
dos mais perigosos países do planeta.