segunda-feira, 19 de março de 2018

O separatismo catalão já perdeu fôlego

Desde que a Generalitat de Catalunya, ou Governo Autónomo da Catalunha, convocou um referendo para a independência já realizado no dia 1 de Outubro, que a região da Catalunha não sossega, com muita agitação, alguma desordem pública, inúmeras manifestações a favor e contra a independência e, sobretudo, com a economia a dar inquietantes sinais recessivos. Os constitucionalistas lutam por uma Catalunha integrada na Espanha e baseiam-se no facto da Constituição espanhola de 1978 não permitir votações sobre a independência de qualquer região espanhola, enquanto os soberanistas invocaram o direito à autodeterminação e independência da Catalunha para convocar o referendo, cujos resultados lhes foram favoráveis. Porém, ninguém reconheceu os resultados desse referendo emocional e o problema continua sem solução à vista.
Carles Puigdemont continua ausente ou exilado em Bruxelas, enquanto Oriol Junqueras continua na prisão. O diálogo demora, o separatismo perdeu fôlego mas ainda mostra intransigência e as maiorias silenciosas tendem a revelar-se.
Assim aconteceu no passado domingo, quando milhares de catalães convocados pela SCC (Sociedade Civil Catalã) vieram para a rua e reclamaram sensatez aos políticos catalães (seny) e um governo para todos, para recuperar a normalidade que foi perturbada pela ideia separatista.
Um dos participantes na manifestação foi o antigo primeiro-ministro francês Manuel Valls que, sendo natural da Catalunha e falando em catalão, afirmou que “a Europa precisa de uma Espanha unida” e que o separatismo, ou o procés como é conhecida a aventura catalã, já estava derrotado.
Na manifestação integraram-se bandeiras de Espanha, da Catalunha e da União Europeia e muitos militantes dos principais partidos políticos, destacando-se algumas palavras de ordem como “Estamos fartos”, ou “Somos Catalunha, somos Espanha”, ou “Puigdemont para a prisão”.
O jornal conservador ABC descreveu esta manifestação (em castelhano), tal como o ara ou o El Punt Avui descreverão as manifestações soberanistas (em catalão).

O reforçado poder de Vladimir Putin

Vladimir Putin foi reeleito presidente da Rússia e terá um novo mandato de seis anos, o que significa que vai estar no poder até 2024. No ano de 2000 tinha sucedido a Boris Yeltsin, o primeiro presidente eleito democraticamente na história da Rússia e, desde então, como presidente ou como primeiro-ministro, o Vladimir tem estado na primeira fila da política mundial e tem sido considerado como um novo czar de todas as Rússias.
A votação de domingo demorou cerca de 20 horas devido à extensão do território russo que se estende por 11 fusos horários, tendo-se verificado algumas denúncias de irregularidades eleitorais, mas Putin conseguiu 56 milhões de votos, correspondentes a 76% dos votos expressos.
O número de votos agora conseguidos superou o número de votos que obtivera nas anteriores eleições, o que parece provar que Putin consolidou o seu prestígio interno, na mesma medida em que também se tornou mais temido ou menos confiável no plano internacional. A vitória era esperada mas havia alguma expectativa quanto aos resultados, pois os eleitores russos iriam avaliar os desempenhos de Putin em relação à Ucrânia, à Crimeia e à guerra na Síria e, de uma forma mais geral, às relações da Rússia com a Europa e com os Estados Unidos, aquilo a que os comentadores dependentes costumam chamar Ocidente, apesar do chamado Ocidente já não existir como entidade homogénea, desde os anos de ouro da NATO e da guerra fria.
A resposta dos russos foi expressiva. O jornal britânico The Times anunciou-a na sua primeira página e escolheu a frase “Putin’s landslide victory... thanks to Britain”, lembrando que foi a precipitada atitude anti-russa de Theresa May e de alguns dos seus “aliados” mais reacionários, que levou o orgulho russo às urnas e à inequívoca vitória de Vladimir Putin.
Theresa May e a sua política continuam a somar derrotas e a afundar a Grã-Bretanha, enquanto Vladimir Putin está a fazer ressurgir o orgulho russo e a superar a humilhação que foi o fim da União Soviética.