sábado, 19 de maio de 2018

Donald está a incendiar o Médio Oriente

A decisão do presidente americano de retirar os Estados Unidos do acordo sobre o nuclear iraniano e de transferir a embaixada americana de Tel-Aviv para Jerusalém, acelerou a espiral de confrontação no Médio Oriente, deteriorou a relação transatlântica e está a pôr em causa a anunciada cimeira com Kim Jong-un.
Na edição agora posta a circular, o Courrier International analisa a situação criada e dedica a capa ao Donald que classifica como le dynamiteur. De resto, são cada vez mais as grandes revistas internacionais que caricaturam o Donald e as suas constantes ameaças à paz, por paranóica obcessão ou por entender que o seu slogan America first se cumpre com os incêndios que vai ateando.
A política externa de Barack Obama é posta em causa todos os dias e agora, certamente por pressão de Israel, o Donald decidiu virar-se para o Irão e para o seu expansionismo regional, mas também para o Hezbollah e o Hamas, os históricos inimigos de Israel. Por agora, o Donald ainda não se envolveu directamente, mas já tratou de apoiar os falcões de Israel, inclusive usando o seu direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A situação é preocupante e o que se espera, como aqui já foi escrito, é que os políticos europeus se saibam distanciar do Donald e façam tudo para evitar o agravamento da tensão no Médio Oriente.

A festa e a força da língua galega

No dia 17 de Maio de cada ano comemora-se nas principais cidades galegas o aniversário da publicação de Cantares Galegos, a primeira e a mais apreciada obra da escritora e poetisa galega Rosalía de Castro, que nasceu em 1837 e é considerada a fundadora da moderna literatura galega. Em 1963, quando se assinalou o 1º centenário de Cantares Galegos, a Real Academia Galega instituiu essa data como o Dia das Letras Galegas e esse dia rapidamente tornou-se num dia de celebração nacional em torno da língua e da identidade galegas.
A língua galega e a língua portuguesa são irmãs, pois nasceram do galego-português ou galaico-português que foi a língua românica falada durante a Idade Média na Galiza e no norte de Portugal. Depois adaptaram-se para norte e para sul do rio Minho.
Através das fotografias publicadas pela imprensa galega, nomeadamente no diário el Correo Gallego, pode observar-se como o tema mobiliza a população e, em especial, os mais jovens. Assim, sobretudo nas escolas, foram promovidas as mais diversas actividades desportivas, musicais, literárias e artísticas, sempre sob o tema da língua galega.
O Dia das Letras Galegas tem o seu polo dinamizador em Santiago de Compostela e mobiliza milhares de galegos sob o tema “en galego, todos os dias”. Este ano, a cidade portuguesa de Valença associou-se pela primeira vez a esta festa galega e, aproveitando a presença de milhares de galegos que atravessaram o rio Minho, também animou o seu centro histórico com música, provas gastronómicas e venda de artesanato.