A Agência Lusa noticiou que no primeiro semestre de 2011, relativamente ao período homólogo de 2010, os lucros dos cinco maiores bancos portugueses atingiram 479,6 milhões de euros. Este valor representa uma quebra de 417,8 milhões de euros em relação ao primeiro semestre de 2010, quando os mesmos bancos lucraram 897,4 milhões de euros, o que significa uma redução de cerca de 46 por cento. O jornal Público chama o assunto à sua primeira página e atribui essa quebra nos lucros aos efeitos da crise.
A lista dos melhores resultados é encabeçada pelo BES, que apresentou um lucro de 156 milhões de euros (menos 44,7 por cento face ao primeiro semestre do ano anterior). Na lista seguem-se o BCP, que apresentou um lucro de 88,4 milhões de euros (menos 45,8 %), o BPI com lucros de 79,1 milhões (menos 20,4 %) e o Santander Totta, com resultados positivos de 72,6 milhões de euros (menos 70 %). A Caixa Geral de Depósitos apresentou um lucro de 83,5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, devendo apresentar brevemente os resultados semestrais.
Em seis meses e no meio de uma enorme crise, de que não se vê a luz ao fundo do túnel, a Banca teve um lucro de 480 milhões de euros, o que significa 80 milhões de euros por mês e mais de dois milhões de euros por dia, sem fabricar nada, sem produzir nada e sem acrescentar valor a nada, mas tão só a manipular números, a fazer lobbying sobre o Governo, a especular, a explorar os clientes e a não financiar a economia.
Tudo isto acontece, num quadro fiscal escandalosamente protegido, com financiamentos e riscos avalizados pelo Estado ou pelo BCE, enquanto quem trabalha paga mais impostos, perde subsídios de Natal ou paga mais pelos transportes, pela energia e pelos serviços de saúde.
Ninguém acaba com esta imoralidade. Os portugueses continuam inquietos e desorientados perante este cenário, que é de austeridade para uns e de enriquecimento para outros. Realmente, o Sol quando nasce não é para todos!