segunda-feira, 17 de junho de 2013

A troika é uma criadora de desemprego



O jornal catalão La Vanguardia colocou hoje na sua primeira página um título que alude directamente ao nosso país - Portugal descubre el paro masivo bajo la tutela de la troika. Na realidade, o actual nível de desemprego é um problema recente e muito preocupante em Portugal, coincidindo com a adopção das políticas de austeridade impostas pela troika.
Quando em 1983 o país passou por uma grave crise económica, o governo tomou medidas excepcionais de contenção salarial e pediu ajuda ao FMI no sentido de corrigir o desequilíbrio das suas contas externas, daí resultando uma intensa contestação social. Como resultado desta situação verificou-se um aumento do desemprego, que em 1985 alcançou um valor histórico de 8.7%. Depois, a economia portuguesa estabilizou, o país entrou na CEE, foi adoptada a moeda única e o desemprego nunca mais atingiu o valor de 1985.
Até que em 2008 surgiu a actual crise económica e em 2009 o desemprego subiu dois pontos percentuais na União Europeia e, também, em Portugal, onde atingiu 10.6%. Depois, o desemprego iniciou uma escalada em Portugal e em 2010 subiu para 12.0%, em 2011 para 12.9%, em 2012 para 15.9% e, nesta altura, aproxima-se dos 18%. Como diz o La Vanguardia, foi com a tutela da troika e dos seus aliados internos que Portugal descobriu o desemprego massivo e caiu na espiral recessiva em que vivemos. Era suposto que a troika nos ajudasse, mas afinal…  


Azulejos de Brasília expostos em Lisboa

Não é uma exposição grande em extensão, mas é uma grande exposição e uma bela iniciativa da Fundação Athos Bulcão que se integra nas comemorações do Ano do Brasil em Portugal 2013. Intitula-se Azulejos em Lisboa – Azulejos em Brasília e está patente no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, muito bem enquadrada no espaço e na exposição permanente do museu.
A exposição faz um interessante paralelo entre as azulejarias brasileira e portuguesa e homenageia Athos Bulcão, o principal representante da moderna azulejaria brasileira e um dos autores mais representados em Brasília, embora tenha obra dispersa por outras cidades brasileiras e tenha assinado algumas obras no estrangeiro. O seu estilo inspira-se na azulejaria barroca portuguesa, sobretudo nas temáticas compositivas, nas paletas de cores e na lógica do processo de montagem. Diz-se que ele é “o artista da capital” e que o seu trabalho “conferiu alma a Brasília, com sua capacidade de intervenção na arquitectura, utilizando o azulejo e as inovações do seu uso”, o que muitas vezes enriqueceu as concepções arquitectónicas e o trabalho do seu amigo Oscar Niemeyer.
A interessante exposição pode ser vista até ao dia 28 de Julho e é sempre uma oportunidade para revisitar um dos mais belos museus de Lisboa.