Dizem os livros
que um país é uma entidade constituída por um território
geograficamente delimitado, onde habita em permanência uma população com
afinidades culturais e linguísticas e que é administrado politicamente por um
governo independente e soberano, que garante a harmonia social através das leis.
Quando isso sucede e um país tem a capacidade de se relacionar com outros
países, essa entidade é reconhecida como um Estado.
Portugal é um
país e é um Estado, sendo inclusive o mais antigo da Europa com quase
novecentos anos de história, mas não é apenas um território com 90 mil
quilómetros quadrados e 10 milhões de pessoas. Portugal é muito mais do que
isso.
Portugal é um
país cujos símbolos são a bandeira verde-rubra e “A Portuguesa”, mas que tem
muitos mais sinais identitários. Portugal é a sua língua, a quinta língua mais
falada do mundo, que Fernando Pessoa dizia ser a sua Pátria. Portugal é a sua
história marítima e o seu pioneirismo no encontro cultural entre o Ocidente e o
Oriente. Portugal é Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque, Pedro Nunes e Luís de
Camões. Portugal é a Torre de Belém, o mosteiro de Alcobaça e o convento de
Mafra. Portugal é o bacalhau, a sardinha assada e o pastel de nata. Portugal são
as festas e romarias, o fado e o cante alentejano. Portugal são os conjurados
de 1640, os resistentes das Linhas de Torres e os revoltosos da Rotunda. Portugal
é o hidroavião Santa Cruz e o
navio-escola Sagres. Portugal é a
euforia do 25 de Abril de 1974. Portugal é o Benfica, a memória do Eusébio e o
talento do Cristiano Ronaldo. Portugal é um país cuja imagem externa está nas
cores dos aviões da TAP, que são inequívocos factores de inserção de Portugal
no mundo e são um símbolo nacional junto das comunidades portuguesas e da
Lusofonia.
Portugal é o
sítio dos “heróis do mar”, do “nobre povo” e da “nação valente e imortal”. Tem identidade, história e património e,
por isso, não pode ser amputado dos seus valores culturais ou
económicos simbólicos, por iniciativa de quaisquer aventureiros desprovidos de valores
nacionais e sem que se saiba exactamente porquê. Porquê privatizar a TAP?