A imprensa
mundial destaca hoje a decisão de Barack Obama de dar um primeiro passo para
restabelecer as relações bilaterais com Cuba, depois de mais de 53 anos do
bloqueio que os americanos impuseram à ilha na sequência da tomada do poder por
Fidel de Castro e pelos combatentes da Sierra Maestra.
O presidente
americano foi claro ao dizer que “se foram retomadas as relações com a China,
também comunista, assim como com o Vietnam, era tempo de fazê-lo também com
Cuba”, acrescentando que “não podemos continuar a fazer o mesmo durante 50 anos
e esperar um resultado diferente”.
Já houve troca de
prisioneiros e de imediato será aberta uma embaixada americana em Havana, esperando-se
que o Congresso decida rapidamente o fim do bloqueio, para que os cubanos
residentes nos Estados Unidos possam enviar dinheiro para os seus familiares em
Cuba, para que os americanos voltem a poder passar férias na ilha e para que,
de uma forma geral, fiquem normalizadas as relações entre dois países que estão
a escassos 157 quilómetros de distância.
Simultaneamente
em Havana, o presidente cubano em exercício Raúl Castro fez uma declaração no
mesmo sentido, tendo ambos agradecido o papel mediador do Papa Francisco no
restabelecimento destas relações.
Segundo hoje
informa o El País, a cooperação diplomática entre o Papa e Barack Obama
parece ter-se iniciado no passado mês de Março quando os dois líderes conversaram
no Vaticano durante quase uma hora, tendo então forjado uma aliança que incluia
uma solução para o isolamento de Cuba e para outros assuntos internacionais
sensíveis, designadamente a instabilidade no Médio Oriente e na Venezuela e a
colaboração turca na luta contra o terrorismo jihadista. Naquele dia de Março,
referindo-se ao Papa Francisco, Barack Obama disse que “a sua voz deve ser
escutada”, acrescentando: “Ele desafia-nos. O Papa põe ante os nossos olhos o
perigo de nos acostumarmos à desigualdade”. Abre-se agora uma nova
e imprevista era nas relações entre Cuba e os Estados Unidos. Realmente, o Papa Francisco desafia-nos!
Sem comentários:
Enviar um comentário