sábado, 27 de dezembro de 2025

O Natal que se celebra no mundo islâmico

Um pouco por todo o mundo, a festa do Natal já ultrapassou o seu significado religioso há muito tempo e foi capturada pela lógica economicista e pelo consumismo, inclusive nos países e regiões dominadas pela religião muçulmana.
Assim acontece na Malásia, um país do sueste asiático que ocupa uma parte da península da Malásia e uma parte da ilha de Bornéu, com cerca de 36 milhões de habitantes e que, na sua quase totalidade, professam a religião muçulmana e cuja bandeira nacional inclui a lua crescente, o símbolo do Islão. 
Na sua história há muitas referências europeias, porque os portugueses ocuparam Malaca entre 1511 e 1641, depois os holandeses expulsaram os portugueses da região e, em finais do século XVIII, foram os ingleses que ali se estabeleceram, pelo que o país tem influências culturais malaias, europeias, chinesas e indianas. Porém, a Malásia tornou-se mais conhecida dos europeus através da literatura e do cinema de ficção, tratados nas aventuras do mais famoso pirata dos mares – Sandokan, o Tigre da Malásia – uma personagem criada em finais do século XIX por Emilio Salgari e que foi objecto de uma séria televisiva italiana que foi estreada em 1976, com grande sucesso pelos valores que promovia.
Hoje a Malásia é um país próspero. A sua capital é a cidade de Kuala Lumpur, localizada a cerca de 150 km para norte da antiga cidade portuguesa de Malaca, onde em paralelo com os edifícios coloniais se encontram modernos arranha-céus, o mais conhecido dos quais são as Petronas Twin Towers que, com 451 metros de altura, foram até há pouco tempo as torres mais altas do planeta.
Neste país publica-se diariamente um jornal em língua inglesa chamado The Star, a partir da cidade de Petaling Jaya. Na sua edição de ontem o jornal The Star – people’s paper, dedicou toda a sua primeira página ao Natal com a mensagem Merry Christmas & Happy New Year, o que num país marcadamente muçulmano é bem curioso e um quase paradoxo. 
Porém, os tempos que vivemos estão cheios de paradoxos…