segunda-feira, 8 de maio de 2023

A salvaguarda do património de Macau

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) adoptou em 1972 a Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural, com o objectivo de proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal excepcional. Porém, só em 1980 é que Portugal ratificou aquela convenção e, desde então, teve 17 sítios classificados que passaram a integrar a Lista do Património Mundial.
Actualmente a Unesco tem 1157 sítios do património material classificados, sendo 900 culturais, 218 naturais e 39 misturados, os quais se localizam em 167 países.
No ano de 2005 a Unesco classificou o Centro Histórico de Macau que passou a integrar a Lista do Património Mundial, pois “oferece um testemunho único do encontro de influências estéticas, culturais, arquitectónicas e tecnológicas do Oriente e do Ocidente”, destacando-se “as suas ruas históricas, edifícios residenciais, religiosos e públicos portugueses e chineses”, mas também uma fortaleza e um farol, que é o mais antigo da China.
Entretanto, o crescimento da volumetria do espaço urbano macaense e a ganância de alguns construtores macaenses, tornaram-se uma ameaça em relação aos princípios que norteiam as classificações da Unesco. Daí que, devido às pressões da organização sobre as autoridades locais, uma equipa de investigadores veio propor a redução da altura dos edifícios na área envolvente do farol da Guia, bem como a criação de sete “corredores visuais” para garantir que a integridade do farol fosse protegida. Hoje, o jornal Tribuna de Macau, mas também outros jornais macaenses destacaram esta notícia e publicaram a fotografia do farol da Guia, construído pelos portugueses em 1870.