quarta-feira, 14 de julho de 2021

Cuba está sob um forte vento de mudança

O regime que governa Cuba há cerca de 62 anos resultou da acção vitoriosa do Movimento 26 de Julho que, em pouco mais de dois anos, derrotou o regime ditatorial de Fulgêncio Batista. Sob a liderança do jovem advogado Fidel de Castro, então com 30 anos de idade, um grupo de 81 elementos daquele movimento largou do México a bordo do Granma e desembarcou no dia 2 de Dezembro de 1956 na área oriental da ilha de Cuba. Assim nasceu o exército rebelde que, a partir da Sierra Maestra e depois de uma campanha feita com base na luta de guerrilhas, entrou triunfante em Havana no dia 1 de Janeiro de 1959. Nessa campanha houve combatentes que se destacaram e se tornaram os ícones da revolução cubana, como Fidel de Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos. O mundo começou por apreciar a gesta heróica do exército rebelde, mas os seus dirigentes depressa caíram na órbita da União Soviética, enquanto Cuba se tornou um instrumento ao serviço dos interesses soviéticos e os anseios do povo cubano foram ignorados. 
Porém, a União Soviética implodiu em 1991 e a partir daí o regime cubano foi ficando cada vez mais isolado e mais empobrecido, ao mesmo tempo que se radicalizava, apesar de muitos apelos internacionais para que se democratizasse. O povo cubano foi manipulado no culto da Revolução e dos seus heróis, mas os seus dirigentes não deram atenção aos ventos, nem às lições da História. Hoje, essa geração que lutou na guerrilha já se reformou e os seus netos querem outra vida.
A morte de Fidel de Castro, que aconteceu em 2016, foi o primeiro sinal do fim do regime cubano, apesar das tentativas para que fosse preservado para além da sua morte. O seu sucessor foi o seu irmão Raúl Castro que tinha sido ministro das Forças Armadas de 1959 a 2008 e, actualmente, é o académico Miguel Diaz-Canel que preside ao país. Porém, tal como os seres vivos, os produtos, as ideias e tantas coisas mais, os regimes e as ideologias também nascem, crescem e morrem. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se o ser, muda-se a confiança. Todo o mundo é composto de mudança. É apenas uma questão de tempo, porque como diz o jornal peruano Ojo, que é editado em Lima, “se hartó del comunismo e de la dictadura” e “Cuba clama libertad!