O regime que
governa Cuba há cerca de 62 anos resultou da acção vitoriosa do Movimento 26 de
Julho que, em pouco mais de dois anos, derrotou o regime ditatorial de
Fulgêncio Batista. Sob a liderança do jovem advogado Fidel de Castro, então com
30 anos de idade, um grupo de 81 elementos daquele movimento largou do México a
bordo do Granma e desembarcou no dia
2 de Dezembro de 1956 na área oriental da ilha de Cuba. Assim nasceu o exército
rebelde que, a partir da Sierra Maestra e depois de uma campanha feita com base
na luta de guerrilhas, entrou triunfante em Havana no dia 1 de Janeiro de 1959.
Nessa campanha houve combatentes que se destacaram e se tornaram os ícones da
revolução cubana, como Fidel de Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo
Cienfuegos. O mundo começou por apreciar a gesta heróica do exército rebelde,
mas os seus dirigentes depressa caíram na órbita da União Soviética, enquanto
Cuba se tornou um instrumento ao serviço dos interesses soviéticos e os anseios
do povo cubano foram ignorados.
Porém, a União Soviética implodiu em 1991 e a
partir daí o regime cubano foi ficando cada vez mais isolado e mais
empobrecido, ao mesmo tempo que se radicalizava, apesar de muitos apelos
internacionais para que se democratizasse. O povo cubano foi manipulado no
culto da Revolução e dos seus heróis, mas os seus dirigentes não deram atenção aos
ventos, nem às lições da História. Hoje, essa geração que lutou na guerrilha já
se reformou e os seus netos querem outra vida.
A morte de Fidel
de Castro, que aconteceu em 2016, foi o primeiro sinal do fim do regime cubano,
apesar das tentativas para que fosse preservado para além da sua morte. O seu
sucessor foi o seu irmão Raúl Castro que tinha sido ministro das Forças Armadas
de 1959 a 2008 e, actualmente, é o académico Miguel Diaz-Canel que preside ao
país. Porém, tal como os seres vivos, os produtos, as ideias e tantas coisas
mais, os regimes e as ideologias também nascem, crescem e morrem. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se o ser, muda-se a confiança. Todo o mundo é composto de mudança. É apenas uma
questão de tempo, porque como diz o jornal peruano Ojo, que é editado em
Lima, “se hartó del comunismo e de la
dictadura” e “Cuba clama libertad!”
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