Decorreu no passado domingo a 84ª cerimónia de atribuição dos óscares da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que consagrou O Artista, um filme francês a preto e branco, como o Melhor Filme do Ano. Além desse prémio, o filme que homenageia a história do cinema e recorda a transição do cinema mudo para o cinema sonoro em Hollywood, conquistou mais quatro óscares, distinguindo Jean Dujardin como o Melhor Actor, mas também os melhores Director, Banda Sonora Original e Guarda Roupa.
A imponente cerimónia foi transmitida para todo o mundo pela televisão e os jornais dedicaram-lhe grandes reportagens. Porém, não foi menor o impacto mediático da atribuição do óscar de "Melhor Actriz" à actriz americana Meryl Streep pelo seu desempenho no filme A Dama de Ferro, no qual interpreta a figura de Margaret Thatcher. O filme apresenta a história daquela Primeira-Ministra Britânica desde os seus primeiros passos na vida política, com especial ênfase no período entre a sua tomada de posse e a crise das Ilhas Falklands de 1982. Foi a terceira vez que a actriz de 62 anos de idade foi galardoada pela Academia de Hollywood, o que até agora só acontecera com Ingrid Bergman, Jack Nicholson e Walter Brennan, que apenas são superados por Katharine Hepburn que, ao longo da sua carreira, recebeu quatro óscares.
Vale a pena ver A Dama de Ferro não só pela interpretação de Meryl Streep, mas também para recordar o cenário de crise de 1982, que está a mostrar alguns sinais de se poder reacender.