domingo, 5 de novembro de 2023

Os condenáveis excessos de Netanyahu

A guerra na Faixa de Gaza prossegue com uma violência extrema que não poupa nada nem ninguém e sem que Israel dê ouvidos à comunidade internacional, que exige uma pausa humanitária ou um cessar-fogo, bem como o estabelecimento de corredores humanitários para assegurar o apoio a cerca de dois milhões de palestinianos que estão cercados e sujeitos a intensos bombardeamentos. As imagens televisivas mostram indescritíveis níveis de destruição, a que se juntam os ataques a campos de refugiados e a ambulâncias, que matam civis e que, como tal, são classificáveis como crimes de guerra, tão graves como as barbaridades cometidas pelo Hamas. O mundo desaprova esta reacção desproporcionada e vingativa do governo de Israel, parecendo evidente que, na linha da política expansionista que adoptou desde 1948, está a aproveitar a crueldade da acção do Hamas para continuar a expulsar os palestinianos dos seus territórios, o que configura uma situação de genocídio. O governo de Israel está cada vez mais isolado e até os Estados Unidos que são os seus principais aliados, defendem uma “pausa humanitária”, a protecção da população civil e muita moderação, enquanto os países árabes da região começam a unir-se contra a intervenção israelita.
A situação é acompanhada em Portugal pelas televisões e custa a ver como há tantos vira-casacas, isto é, gente que passou de um apoio evidente aos israelitas, para a condenação dos seus bárbaros bombardeamentos, ou gente que começou a criticar Guterres e agora considera que ele teve a palavra certa, no local e no tempo certos. Um grande número de comentadores, em vez de mostrar moderação, prefere alinhar com o radicalismo vingativo de Benjamin Netanyahu e da sua gente, defendendo que os bombardeamentos israelitas e as mortes de civis são simples e inevitáveis efeitos colaterais, no que mostram uma enorme insensibilidade.
Na sua edição de hoje, o jornal argelino Le Jeune Indépendant noticia o bombardeamento deliberado de ambulâncias e utiliza a expressão “le nazisme sioniste”, o que parece traduzir uma crescente unidade árabe contra os israelitas e a sua estratégia de expansão territorial à custa dos palestinianos.