sábado, 22 de abril de 2023

Lula da Silva, o Brasil e a paz na Ucrânia

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Portugal e a sua presença não pode deixar de ser um motivo de satisfação para os portugueses, porque ele representa o país-irmão, ou o país de que estamos mais próximos nos aspectos históricos e culturais. Hoje, como nunca acontecera antes, há muitos portugueses no Brasil e muitos brasileiros em Portugal, dando um tom mais fraterno e mais íntimo entre os dois países que falam a mesma língua.
Porém, nem todos os portugueses pensam da mesma maneira como se viu na forma agressiva e desorientada como o deputado Rangel reagiu a esta visita, apenas porque Lula da Silva e a diplomacia brasileira têm pensamento próprio e apostam num contributo para que se encontre uma saída para o conflito na Ucrânia, embora no próprio Brasil também haja quem não perceba a táctica externa de Lula da Silva, como mostra a última edição da revista IstoÉ. O pequeno Rangel até pareceu imitar o histerismo de Jens Stoltenberg e, quem sabe, se não quer vir a ocupar o seu lugar na NATO.
O facto é que os acontecimentos que se vivem na Ucrânia são muito complexos e são mais profundos do que a simples ideia, embora verdadeira, de que há um invasor e um invadido. Na última edição do Eurobarómetro foram entrevistados 26.468 cidadãos de 27 países da União Europeia (EU) entre 12 de Janeiro e 6 de Fevereiro e verificou-se existir um forte apoio à resposta da UE à invasão da Ucrânia pela Rússia, com 91% dos inquiridos a concordarem com a prestação de apoio humanitário e 88% a apoiar o acolhimento na UE de pessoas que fogem da guerra. O fornecimento de apoio financeiro à Ucrânia é aprovado por 77% dos cidadãos, enquanto a imposição de sanções económicas aos russos tem o apoio de 74% dos entrevistados, embora o financiamento da UE para a compra e fornecimento de equipamento militar para a Ucrânia só tenha o apoio de 65% dos cidadãos europeus. Por agora, o Eurobarómetro não perguntou a opinião dos cidadãos europeus sobre o que pensam quanto à forma de se poder parar com esta guerra e as suas tragédias. Ora essa parece ser uma aposta de Lula da Silva, que não aposta apenas no interesse brasileiro, mas também numa fórmula para a paz na Ucrânia.
Bem-vindo a Portugal Presidente Lula da Silva!