Dentro de algumas
horas toma posse Joe Biden como o novo presidente dos Estados Unidos. Os
americanos e o mundo vão suspirar de alívio se tudo correr bem. Washington está
em estado de sítio porque um perigoso e vingativo indivíduo que viveu quatro
anos na Casa Branca continua a gritar que houve fraude, o que não é verdade
como verificaram todas as instâncias judiciais. Todos esperam que Donald Trump
saia de cena e que terminem as angústias causadas pela arrogância, pelas
mentiras e pela falta de carácter daquele homem.
Não será necessário recorrer à
memória para elencar alguns dos maiores atropelos que ele fez à boa ordem
americana e à estabilidade do mundo, pois basta citar a denúncia dos Acordos de
Paris, a construção do muro na fronteira mexicana, o abandono das agências
especializadas das Nações Unidas ou a forma desastrosa como enfrentou a
pandemia causada pelo covid-19.
Porém,
a “cereja no topo do bolo” foi o que aconteceu no dia 6 de Janeiro, quando num
comício realizado em Washington, o Donald afirmou gostar de passear na Pennsylvania Avenue, onde se encontravam os seus fanáticos apoiantes, incitando-os a um último acto de lealdade para com ele e para que avançassem
para o Capitólio, onde decorria a sessão do Congresso que iria validar a sua
derrota eleitoral. Falando num relvado nas traseiras da Casa Branca, o Donald
insistiu uma vez mais na sua narrativa de fraude eleitoral e disse à multidão:
“Vamos marchar até ao Capitólio”. O que aconteceu depois foi visto em directo
na televisão. Foi uma vergonha que manchou a América, mas o mundo espera que
Joe Biden faça esquecer este filme tão mau da história americana recente e que seja de facto The
End, como refere o jornal Le Télégramme de Brest.