Desde há vários
dias que as forças jihadistas do Estado Islâmico (ISIS) cercam Kobani, uma
cidade síria de maioria curda com cerca de 40 mil habitantes, situada na
fronteira com a Turquia. A proximidade da fronteira é evidenciada pelas
fotografias que têm corrido mundo, em que os”mirones” do lado turco assistem
aos combates que ocorrem dentro de Kobani, à frente dos seus olhos.
A cidade tornou-se o centro da resistência curda contra o
regime de Bashar al-Assad, sendo controlada pelo YPG, uma organização
militarizada que é o braço armado do Conselho Nacional do Kurdistão. Portanto,
o que está a acontecer à volta de Kobani é uma batalha de uma particular guerra
entre o Kurdistão e o Estado Islâmico, ambos a lutar por um território que tem
estado repartido entre a Turquia, a Síria, o Iraque, o Irão, a Arménia e o Azerbeijão.
Segundo refere a imprensa internacional, os jihadistas receberam reforços de
artilharia e tanques, enquanto a resistência está a ceder e os ataques aéreos
aliados não estão a ter os efeitos desejados, pelo que poderá estar em vias de
acontecer em Kobani um drama humanitário semelhante, ou mais grave, do que
aquele que aconteceu em 1995 em Srebrenica, quando foram assassinados mais de
oito mil bósnios muçulmanos. Independentemente das posições geopolíticas e
estratégicas que se confrontam naquela região, a probabilidade de acontecer um
massacre em Kobani é elevada. Desesperados, os sitiados pedem ajuda internacional
e a situação agrava-se todos os dias. Não há sinais de ajuda a Kobani e a cidade pode
cair a todo o momento. Hoje o jornal The Independent diz que o plano americano para atacar os
jihadistas com ataques aéreos não está a resultar e que esse plano não prevê
outras alternativas. Ali ao lado está a Turquia que parece não se querer
envolver num problema que, mais tarde ou mais cedo, vai acabar por lhe bater à
porta.
Ainda há alguém
que tenha dúvidas sobre a enorme asneirada
e a irresponsabilidade que tem sido a política americana naquela região?