No mar da China Oriental situa-se um pequeno arquipélago formado por oito ilhas desabitadas com uma área total inferior a 7 Km2, a que os japoneses chamam Senkaku e os chineses Diaoyu, que fica situado a sul do Japão, a 200 km a nordeste das costas de Taiwan e a 400 km a oeste da ilha de Okinawa. Por razões históricas, o pequeno arquipélago é reivindicado pelo Japão, pela China e por Taiwan.
Recentemente, três das oito ilhas do arquipélago que ainda não pertenciam ao governo japonês foram compradas aos seus proprietários privados e esse facto deu origem a uma série de violentos protestos chineses contra os seus vizinhos que, em alguns casos, tiveram contornos de uma invulgar onda nacionalista e anti-japonesa. A histórica rivalidade sino-japonesa acordou e a tensão entre as duas principais potências asiáticas acentuou-se. Há sérios riscos de provocações entre os navios chineses e japoneses que se têm aproximado das ilhas que, para além do seu valor estratégico e simbólico, parece possuírem importantes reservas de hidrocarbonetos. The Economist abordou este delicado tema e nem sequer omitiu a palavra "guerra".
Muitos cenários estão traçados, havendo alguns bem pouco pacíficos. Na hipótese da China concretizar a ameaça de ocupar as ilhas, os Estados Unidos encararão esse passo como uma ameaça à sua própria segurança, nos termos do Tratado de Cooperação Mútua e Garantias de Segurança assinado com o Japão. Por isso, estão a ser desenvolvidos esforços para normalizar a situação, porque é consensual que se está perante uma séria ameaça para a paz e para a prosperidade daquela região.
Essa visão não pode ser desvalorizada, até porque a história nos mostra que é em períodos de instabilidade económica que as ameaças à paz se desenvolvem. Além disso, há por esse mundo muitas outras ilhotas e penhascos que são potencial fonte de conflito, inclusivé aqui bem perto.