Gibraltar é um
território britânico ultramarino com 6,5 km2 de superfície que se
situa a sul da península Ibérica. Tendo sido ocupado em 1704 por uma força
anglo-holandesa durante a Guerra da Sucessão Espanhola, veio a ser cedido
definitivamente aos ingleses pelo Tratado de Utrech de 1713.
Os anos correram sempre
com grande conflitualidade entre espanhóis e ingleses por causa do Rochedo. Em
meados do século XX a Espanha passou a reivindicar o retorno da península de
Gibraltar à sua soberania, tendo requerido a intervenção da Comissão de
Descolonização das Nações Unidas para acabar com aquela situação colonial. Os
ingleses invocaram o direito dos gibraltinos à sua autodeterminação e em 1967
fizeram um referendo em que 99,64% da população expressou a vontade de
permanecer sob soberania britânica. Surgiu então a ideia de uma soberania
partilhada entre a Espanha e o Reino Unido pelo que em 2002 foi realizado um
segundo referendo, mas os gibraltinos recusaram a proposta de partilha de
soberania por 99% dos votos.
Apesar destes
dois referendos a “questão de Gibraltar” nunca deixou de estar na agenda dos
dois países por razões políticas, embora interesse sobretudo aos seus 32 mil
habitantes, mas também aos 8 mil espanhóis que todos os dias atravessam a
fronteira para trabalhar.
O governo do
território de Gibraltar é partilhado por um governador designado pelo monarca
da Grã-Bretanha e por um governo autónomo eleito pelos gibraltinos de acordo
com uma carta constitucional.
No meio de toda
esta complexa questão, em 2016 surgiu o referendo do Brexit em que perguntaram
aos gibraltinos se queriam ou não continuar como membros da União Europeia,
tendo 95,91% votado pelo remain e só
4,09% optado pelo leave. Portanto, o
Brexit levou ainda mais confusão e mais incerteza a Gibraltar, pois os
gibraltinos querem ser britânicos mas não querem sair da União Europeia. O jornal
La Libre
Belgique tratou deste assunto e procurou saber como irão os gibraltinos
resolver este imbróglio que os confunde cada vez mais.