sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

O que diz Marcelo… é muito, é demais!


O jornal hojemacau destacou na sua edição de ontem a figura de Marcelo Rebelo de Sousa e esse facto demonstra o prestígio de Portugal e do seu Presidente da República numa terra tão distante, onde flutua  a bandeira chinesa. Numa conferência realizada em Lisboa comemorativa do 20º aniversário da transferência da soberania de Portugal para a República Popular da China e da criação da Região Administrativa Especial de Macau, o Presidente afirmou que nenhuma mudança de contexto mundial, regional ou outra, pode pôr em causa o quadro jurídico de Macau e a solução encontrada em 1999 para a soberania do território, que deve ser respeitada em todas as circunstâncias. Além disso, na sua intervenção o Presidente da República aludiu às peculiares características de Macau como polo onde se cruzaram culturas, línguas, tradições e, de uma forma especial, referiu a presença da língua portuguesa naquele território da Ásia Oriental.
Esta declaração, apesar de estar em linha com idênticas declarações dos seus antecessores, acontece numa altura em que estão a ocorrer graves problemas no vizinho território de Hong Kong que, tal como Macau, também tem um estatuto de Região Administrativa Especial e, certamente por isso, foi destacada pelo hojemacau que reafirmou o apreço unânime dos macaenses e dos portugueses de Macau por Marcelo Rebelo de Sousa.
Provavelmente, por cá as coisas começam a ser diferentes em relação ao Presidente da República, pois o elevado apreço popular que inteligentemente conquistou parece começar a declinar. É a lei da vida, isto é, tudo o que sobe, mais dia menos dia também desce. É a consequência da banalização do corrupio em que anda, indo a toda a parte e fazendo declarações sobre tudo e mais alguma coisa, distribuindo abraços, afectos e condecorações. Os seus incondicionais apoiantes já dão sinais de cansaço e há muito menos selfies. Ele não consegue fugir dos microfones, nem dos jornalistas estagiários que o seguem. Fala de economia e de finanças públicas, de ambiente e de futebol, de obras públicas e de clima, de regionalização e de coesão social, de carreiras médicas e de gente sem-abrigo. Fala de tudo. É tempo de ser mais contido. O excesso de popularidade pode ter efeitos perversos.

O mundo da arte contemporânea é louco


Está a decorrer a edição americana da Art Basel Miami, uma feira internacional de arte com fins lucrativos que se realiza anualmente em Miami Beach, em Basileia e em Hong Kong, na qual participam artistas consagrados e emergentes de todo o mundo. Segundo revela a organização estão presentes cerca de duas centenas de galerias de referência mundial no campo da arte moderna e contemporânea, que apresentam o trabalho de cerca de quatro mil artistas e divulgam a nova geração de artistas emergentes, através de pinturas, esculturas, instalações, fotografias, filmes e outras obras da mais alta qualidade.
Até aqui tudo parece normal, porque nas questões da arte e da cultura há sempre públicos que gostam e públicos que não gostam. Porém, este ano em Miami, parece que todos os limites foram ultrapassados, como revela o jornal New York Post ao mostrar uma banana colada a uma parede com uma vulgar fita adesiva e que foi posta à venda por 120.000 dólares. “O mundo da arte enlouqueceu”, escreveu o jornal na sua primeira página. O autor deste atentado ao bom senso e à própria ideia de arte que intitulou “Comediante”, é um italiano de 59 anos de idade de nome Maurizio Cattelan. A “obra” utilizou uma banana comprada num supermercado de Miami, mas o “artista” não deu quaisquer instruções sobre o que fazer quando a banana começar a apodrecer. No entanto, a “obra” foi vendida a uma francesa pela quantia de 120.000 dólares e perante este sucesso, Cattelan produziu mais duas edições, sendo uma para um francês por um preço não revelado e uma outra destinada a um museu pelo preço de 150.000 dólares.
Esta notícia deixa-me estarrecido, embora certas instalações apresentadas na Fundação Gulbenkian, que é a maior catedral da arte contemporânea em Portugal, já antes me tivessem levado à perplexidade. A loucura e a insensatez parece que também chegaram às artes.