O entusiasmo que
provocou o cessar-fogo em Gaza e o mérito que tem sido atribuído a Donald Trump
por ter promovido as negociações entre os beligerantes e os seus aliados,
desperta em muita gente o desejo de que a mesma receita seja aplicada ao
conflito da Ucrânia, embora eles sejam diferentes. O conflito de Gaza tem as
características de um embate civilizacional entre dois mundos que se têm
hostilizado desde sempre, enquanto o conflito da Ucrânia tem muitas
características de uma guerra civil que está a acontecer como cortina de uma
confrontação entre dois blocos político-militares, que parecem querer reacender
o clima da Guerra Fria. Porém, a História mostra-nos que todas as guerras
tiveram sempre um fim e, por isso, também na Ucrânia há que esperar um fim.
Segundo a edição
de ontem do The Daily Telegraph, o presidente Donald Trump declarou que
“vamos acabar com a guerra na Ucrânia”, embora também tivesse declarado que “é
amigo de Putin e “que vai falar com ele”, mas que “Putin” não quer acabar com a
guerra”.
Enquanto isto,
alguma imprensa tem noticiado que a fórmula de Donald Trump para a paz na
Ucrânia passa por “menos negociações e mais armas” que os Estados Unidos
venderão à NATO e que serão pagas pelos países europeus, nelas se incluindo os
potentes mísseis de cruzeiro Tomahawk
que, a serem utilizados, significam um agravamento da situação. Porém, os
tempos na Europa não estão nada fáceis para ajudar a Ucrânia, porque a crise
está no horizonte e os europeus não aceitam perder as suas conquistas sociais para
pagar armas fabricadas pelos americanos, além de que a França está ameaçada de
ingovernabilidade e de haver greves gerais anunciadas na Bélgica, Grécia,
Itália, Espanha e Lituânia.
Realmente é tempo
de acabar com a guerra. As reivindicações das partes são conhecidas. É tempo de
negociar e de acabar com a ideia de que alguém sairá vencedor desta guerra. É
tempo de calar os que querem a guerra e de dar voz aos que querem a paz. Assim,
o que disse Donald Trump, é um bom ponto de partida: “let’s end Ukraine war”.