Depois da dívida
pública portuguesa, interna e externa, ter atingido um pico de 131,5% do PIB em
2016 e um máximo histórico de 134,9% em 2020, quando houve que dar resposta à
crise pandémica, em finais de 2023 baixou para 98,7% e fixou-se em 263 mil
milhões de euros. É a primeira vez, desde 2009, que a dívida pública portuguesa
se situa abaixo dos 100% e, embora o Eurostat ainda não tenha divulgado as
estatísticas relativas a 2023, com base nos últimos resultados conhecidos é possível
estimar que Portugal esteja melhor do que a
Grécia (166,5%), a Itália (142,4%), a França (111,9%), a Espanha (111,2%) e a
Bélgica (106,0%).
A Moody’s
reconheceu a forma positiva como evoluiu a dívida pública portuguesa e elevou a
respectiva notação de risco para o nível A, o que significa juros mais baixos
para o Estado e para a economia portuguesa. Apesar desta evolução muito positiva,
em 2024 ainda estão previstos 7,1 mil milhões de euros com juros da dívida
pública portuguesa.
Inversamente ao
que se passa em Portugal, a França passa por um período de derrapagem das
contas públicas que está a gerar inquietação, como revela a imprensa francesa,
designadamente a edição de hoje do diário La Croix.
A dívida pública
francesa tem aumentado a uma média anual de mais de 100 mil milhões de euros e
em 2024 excederá 3.200 mil milhões de euros (12 vezes maior que a dívida
portuguesa), como consequência de défices públicos da ordem dos 5% e de um
nível de despesa pública superior à média europeia, “sem satisfação equivalente
do cidadão quanto à qualidade dos serviços públicos”.
Portugal a melhorar e a França a piorar. Comparando as duas realidades face à gestáo da dívida pública, encontra-se a prova da qualidade e da competência com que
as autoridades portuguesas, no Governo e no Banco de Portugal, dirigiram nos
anos mais recentes a actividade financeira do Estado Português. O meu aplauso,