terça-feira, 28 de dezembro de 2021

As armas de Portugal continuam em Ceuta

Na edição de hoje do jornal El Pueblo de Ceuta encontra-se uma fotografia de Juan Jesús Vivas Lara, que desde Fevereiro de 2001 é o presidente da Ciudad Autónoma de Ceuta. No segundo plano dessa imagem vêem-se as bandeiras de Ceuta, da Espanha e da União Europeia, destacando-se nas duas primeiras de forma bem visível os brasões de armas de Ceuta e da Espanha, que também são de Portugal e da Espanha.
A presença de um escudo português na bandeira e no brasão de uma cidade autónoma espanhola é uma curiosidade que resulta da História. A cidade situada na margem africana do estreito de Gibraltar foi conquistada pelo rei D. João I de Portugal em Agosto de 1415 e, nessa altura, foi hasteada a bandeira da cidade de Lisboa, gironada de oito peças de negro e prata, que a partir de então simbolizou a posse portuguesa da cidade. Mesmo depois da união dos dos reinos ibéricos verificada em 1580, a cidade continuou a ser administrada pelos portugueses, mas quando Portugal restaurou a sua independência da Espanha em 1640, o povo de Ceuta escolheu a sua integração no reino de Espanha, mas não abdicou da sua bandeira nem do seu brasão que representa as armas do reino de Portugal, tal como se usavam na Idade Média.
Significa, portanto, que a cidade de Ceuta usa a "mesma bandeira" que na manhã do dia 22 de Agosto de 1415 foi hasteada na cidade por D. João Vasques de Almada, cavaleiro e conselheiro do rei D. João I.

A Antártida e as alterações climáticas

A problemática das alterações climáticas e do aquecimento global está na ordem do dia, até porque as catástrofes naturais parece que estão a aumentar, quer em frequência, quer em intensidade. É, certamente, uma das principais preocupações do nosso tempo. Um pouco por todo o planeta sucedem-se ciclones e furacões, cheias e inundações, incêndios e secas extremas de efeitos imprevisíveis e devastadores. A mudança dos padrões climáticos está a afectar a produção de alimentos, a qualidade da vida humana e ameaça a subida do nível das águas do mar. A humanidade enfrenta uma crise climática muito severa mas, como tem sido referido muitas vezes por António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, é uma batalha que podemos vencer, se os líderes políticos e empresariais unirem esforços e se a Economia e a Ciência trabalharem em conjunto.
Na edição de hoje do jornal The New York Times é destacada uma alargada reportagem sobre o aquecimento global do planeta e sobre a Corrente Circumpolar Antárctica, ainda pouco conhecida, mas que se sabe actuar como um potente motor climático que circula em torno da Antártida e que gera uma força fria que tem impedido que o aquecimento global seja ainda maior. Porém, o aquecimento global também está a afectar o oceano Glacial Antártico e o glaciar Thwaites, que é um dos maiores da Antártida e que tem sido considerado muito estável, está a desenvolver fendas que podem acelerar a sua desintegração num prazo de três a cinco anos, o que pode elevar o nível do mar em cerca de meio metro. Daí a preocupação dos cientistas e o seu esforço para conhecer melhor a realidade antártica e as suas influências climáticas.
Durante séculos, os mares do sul eram identificados como a região dos ventos ciclónicos, das enormes tempestades, dos frios intensos e da caça à baleia. Agora os cientistas, estão empenhados como nunca na descoberta dos mares da Antártida e dos seus efeitos climáticos.