Foto retirada de www.presidencia.pt |
As festividades
do Natal proporcionam sempre episódios invulgares ou curiosos, alguns bem
estimulantes, outros comoventes e outros bem deprimentes.
De facto, a época
natalícia é um tempo em que as ideias de fraternidade e de solidariedade estão
mais activas e, por isso, é natural que cada um de nós, pelo menos por breves
períodos, pense no próximo como em si mesmo. Trata-se de fazer pelos outros o
que gostaríamos que eles fizessem por nós ou, como refere a religião católica
nos seus mandamentos, trata-se de “amar o próximo como a nós mesmos”, que é
talvez a expressão mais completa para definir a fraternidade e a solidariedade,
isto é, a caridade.
Provavelmente, a
forma mais nobre para nesta quadra exprimir a caridade é a que se dirige aos
doentes e aos mais vulneráveis. Algumas pessoas e algumas instituições
lembram-se – ao menos uma vez no ano – dos doentes, dos incapacitados, dos mais
dependentes, dos mais debilitados e dos mais pobres. Assim, segundo uma notícia hoje divulgada pela Agência de Notícias Lusa, de que as televisões fizeram eco, o
Presidente da República visitou o centro de acolhimento para pessoas sem-abrigo
no antigo quartel de Santa Bárbara, em Lisboa. Reza a notícia que “o chefe do
Estado visitou os vários espaços, desde as camaratas à sala de informática,
passando pelo gabinete médico e o refeitório, onde serviu refeições nesta noite
de Natal, equipado a rigor para o efeito com um avental, luvas e uma protecção
de plástico na cabeça. A acompanhá-lo estiveram o presidente da Câmara
Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e a vereadora com o pelouro dos direitos
humanos e sociais, Laurinda Alves”.
A visita presidencial é louvável, mas a fotografia divulgada vale mais que mil
palavras, pois mostra que se a caridade é uma coisa bonita, já a demagogia
usada a servir sopas com fins políticos e para que seja mostrada pelas televisões, é outra coisa. Como
diria o famoso Diácono Remédios e eu aqui subscrevo, não havia necessidade…