Alguns jornais
brasileiros têm destacado, quase todos os dias, a alarmante situação por que
passa o abastecimento público de água às grandes metrópoles, sobretudo São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, traçando cenários muito preocupantes em
relação à hipótese dessas cidades poderem entrar numa situação de emergência
hídrica. A escassez de água potável é hoje um problema mundial, sobretudo nas
regiões mais urbanizadas e nas grandes cidades que têm atraido muita população
e crescido desordenadamente, umas vezes pela inexistência de infraestruturas
devidamente dimensionadas e, outras vezes, pela persistência da seca.
O problema parece
ter uma enorme dimensão no Brasil e o caso mais preocupante é a Grande São
Paulo, uma área metropolitana onde vivem 22 milhões de pessoas, que assistiu ao
colapso do sistema Cantareira, o seu principal sistema de captação, tratamento
e distribuição de água potável, vivendo actualmente uma situação de quase
colapso. No Rio de Janeiro também há grandes problemas, sobretudo com a bacia
do rio Paraíba do Sul, responsável por 90% do abastecimento do Estado do Rio de
Janeiro, que está próximo do zero e que, segundo os especialistas, poderá vir a
ter “um fim de ano dramático, como o que aconteceu com o sistema Cantareira”.
Por isso, o jornal Extra que se publica no Rio de Janeiro, exibiu uma fotografia a
6 colunas de um dos principais reservatórios quase vazio e, como ante-título e título,
escreveu: “falta d’água” e “no fundo do poço”.
As preocupações
também já chegaram ao Estado de Minas Gerais e um jornal que se publica na
cidade de Belo Horizonte, destacou em primeira página a frase “alerta máximo” e
anunciou que as represas que servem 14 milhões de consumidores estão com a sua
capacidade reduzida a uma média de 3,8%, o que significa apenas a possibilidade para um mês de
utilização. No Estado de Pernambuco é salientado que “a crise hídrica se
agrava”, havendo apelos generalizados para que se evitem os desperdícios. Há muitas regiões brasileiras "perto do colapso de abastecimento" e é preciso que chova, embora "só 29% culpem a falta de chuva pela crise".
A situação é
muito preocupante e daí a persistência com que é tratada pela imprensa
brasileira.